A Feira de São João regressou ao Rossio de São Brás, em Évora, para mais uma edição que conjuga tradição, cultura, inovação e participação cívica. Iniciada a 20 de junho, e com término marcado para o dia 29, esta edição assinala também a última sob a liderança do atual presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá.

Ao longo de dez dias, milhares de visitantes são esperados no recinto, que acolhe um programa que integra concertos com nomes como Ana Moura, António Zambujo, Capicua, Plutonio, Nena e Pedro Calado, bem como dezenas de atuações de grupos locais espalhados por vários palcos. «Temos mais de 30 grupos locais a actuar em diversos palcos. Temos vários palcos espalhados pela feira, no Espaço Jovem, no Espaço Criança, na Alameda Social», afirmou o autarca em declarações à imprensa.

Mais do que um evento de entretenimento, a Feira de São João é encarada como um espelho da vida social e económica do concelho. «A Feira é, por definição, o ponto de encontro do convívio das famílias (…). É uma mostra das actividades económicas, é uma mostra de actividades socioculturais (…). Procuramos a cada nova edição melhorar, aprender com aquilo que correu menos bem nas edições anteriores», referiu Carlos Pinto de Sá.

A edição de 2025 é também marcada pelas obras de requalificação do Rossio de São Brás, já parcialmente concluídas. Para o presidente da autarquia, este é um sinal claro de modernização com continuidade histórica. «Temos aqui uma junção muito positiva entre a diversão, o lazer, a mostra daquilo que é a cidade de Évora e também a requalificação que nós queremos para o futuro de Évora», sublinhou.

No plano desportivo, destaque para o Grande Prémio de São João, com provas de 5 e 10 km, a decorrer no Complexo Desportivo de Évora, e para o Run Kids, destinado às crianças. A vertente agropecuária está presente no CDAPEC, antigo IROMA, e há ainda zonas dedicadas ao artesanato, juventude e gastronomia.

Este ano, a autarquia reforçou os transportes gratuitos entre os parques de estacionamento periféricos e o recinto, bem como as condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.

Para Carlos Pinto de Sá, a dimensão da feira vai além do que se vê. «Gostaria (…) de fazer um balanço ao menos da evolução da feira e, portanto, vou convidar a que queiram fazer uma reflexão como é que era a Feira de São João em 2013? E como é que é agora em 2025?», desafiou.

A cultura, enquanto eixo central da candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura 2027, também está presente. A associação Évora_27 marca presença na feira e, segundo o presidente da câmara, «a cultura é uma vertente hoje determinante da Feira de São João».

A valorização do associativismo foi também reforçada. «As nossas associações têm um trabalho imenso, muitas vezes que não é conhecido e que temos que valorizar», disse o autarca, salientando o papel das coletividades na transformação social e cultural da cidade.

A Feira de São João mantém-se, assim, como um dos maiores eventos do Alentejo e um marco identitário da cidade. «A Feira é o evento centenário e o evento que marca Évora há muitos anos, ao longo de mais de 500 anos (…). Está incrustrado na vivência de Évora, da sua população e, eu diria, também do Alentejo e já do país», concluiu Carlos Pinto de Sá.