
ÁGUEDA viveu uma tarde de medo e incredulidade após um assalto à mão armada, ocorrido esta quarta-feira numa papelaria situada na Rua Fernando Caldeira, a escassos metros do Tribunal Judicial. Um grupo composto por três homens e uma mulher, todos encapuzados, entrou no estabelecimento com uma estratégia clara e rápida.
De acordo com informações recolhidas pela TVC / Notícias de Águeda, os assaltantes começaram por simular uma compra banal de um maço de tabaco. No momento em que a funcionária abriu a caixa registadora para efetuar o troco, um dos indivíduos puxou a camisola e exibiu uma arma de fogo à cintura, lançando a ameaça:
“Dá-me todo o dinheiro que tens.”
Perante o pânico da funcionária, o grupo levou mais de 500 euros em numerário e fugiu de imediato, utilizando bicicletas elétricas para escapar pelas ruas da cidade.
O golpe foi executado em segundos — mas nem todos conseguiram escapar. Um dos assaltantes, alegadamente menor de idade, foi intercetado por populares já perto da rotunda entre a Avenida Luís de Camões e a Praça da República. Imobilizado no chão até à chegada da GNR, foi depois conduzido ao posto de Águeda.
Contudo, e para surpresa (e indignação) da comunidade local, o detido foi libertado poucas horas depois. Ao final da tarde, o mesmo jovem já circulava livremente pelas ruas da cidade, sem que o dinheiro furtado tenha sido recuperado. A totalidade do montante roubado continua desaparecida.
Os três restantes assaltantes permanecem em fuga, e testemunhas garantem que se tratam de indivíduos oriundos da zona de Aveiro, nomeadamente Azurva, sendo que um deles será um emigrante a viver em Águeda.
A GNR prossegue as diligências no terreno. Apesar disso, o clima de revolta e insegurança entre os comerciantes e habitantes de Águeda é evidente.
“Estamos a falar de um roubo à mão armada a 50 metros do tribunal. E nem o detido ficou retido? Isto ultrapassa os limites do aceitável”, desabafa um lojista da zona.
Águeda está em alerta. O crime aconteceu em plena luz do dia, no coração da cidade, e o sentimento generalizado é de frustração e abandono. Enquanto o dinheiro não aparece e os responsáveis permanecem impunes, a população exige ação e proteção.