
Um estudo publicado em abril, na Frontiers, revelou que o isolamento social pode aliviar, temporariamente, os sintomas de ansiedade e depressão, especialmente em fases mais agudas destas perturbações.
No entanto, os autores alertam que esse alívio pode vir acompanhado de riscos significativos a longo prazo.
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Conduzido por investigadores do instituto Max Planck, o estudo analisou como o isolamento voluntário pode funcionar como uma estratégia de regulação emocional para pessoas com transtornos mentais.
De acordo com os cientistas, "evitar interações sociais pode reduzir o stress imediato, proporcionando uma sensação momentânea de controlo e segurança."
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"Em certos contextos, o isolamento social funciona como uma forma de proteção emocional, aliviando a sobrecarga causada pela exposição social", explicam os autores. "Isto pode resultar especialmente para as pessoas que enfrentam altos níveis de ansiedade social, exaustão emocional ou episódios depressivos intensos."
Contudo, o estudo enfatiza que este tipo de evasão tende a tornar-se contraproducente com o tempo. O afastamento contínuo das relações sociais enfraquece os laços afetivos e limita as experiências positivas, o que pode agravar o sofrimento psicológico. O cérebro passa a reforçar padrões de evitação, o que dificulta ainda mais o retorno ao convívio social.
Posto isto, os investigadores recomendam: "Embora o isolamento social possa ser compreendido como uma reação natural e, em alguns casos, necessária (fornecendo uma espécie de alívio e proteção), não deve ser mantido como uma solução de longo prazo."
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