
Um estudo que analisou dados de inquéritos sobre a alimentação de oitos países e respetiva mortalidade concluiu que as mortes prematuras atribuíveis ao consumo de alimentos ultraprocessados aumentam significativamente de acordo com a sua inserção na ingestão total de energia dos participantes.
A investigação, publicada na American Journal of Preventive Medicine, reforça a importância da alimentação para a saúde.
"Os alimentos ultraprocessados afetam a saúde para além do impacto individual do elevado teor de nutrientes críticos (sódio, gorduras trans e açúcar) devido às alterações nos alimentos durante o processamento industrial e à utilização de ingredientes artificiais, incluindo corantes, aromas e edulcorantes artificiais, emulsionantes e muitos outros aditivos e auxiliares de processamento, pelo que a avaliação das mortes por todas as causas associadas ao consumo a estes alimentos permite uma estimativa global do efeito do processamento industrial de alimentos na saúde", referiu o autor do estudo, Augusto Fernandes Nilson, citado pela EurekAlert!.
O consumo elevado destes alimentos tem sido associado a 32 doenças diferentes, incluindo doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, alguns tipos de cancro e depressão.
Este estudo estimou, pela primeira vez, o peso da ingestão de ultraprocessados nas mortes prematuras por todas as causas em diferentes países, mostrando que a mortalidade atribuível é significativa em todos os contextos e que a abordagem do seu consumo deve ser uma prioridade global de nutrição pública.
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