Pedro Chagas Freitas também já se pronunciou sobre o caso que opõe Joana Marques aos Anjos e que tem feito correr muita tinta. “Ser olhado por um humorista inteligente, dos bons, é um privilégio; não é uma humilhação. Mas é preciso estômago. Ser olhado com inteligência magoa. Despe-nos, mostra-nos coisas em nós que andávamos há anos a varrer para debaixo do tapete. Ainda por cima, fá-lo com graça.”

E acrescentou: “Já fui chacinado por alguns humoristas. Até ao vivo, olhos nos olhos, quando estive no maravilhoso “roast” ao Toy. Doeu. Claro que doeu. Ninguém gosta de ver os seus defeitos num monólogo. Depois, percebi: era só matéria risível. Se as merdas que me aconteceram, se as merdas que eu faço, podiam provocar um riso colectivo, talvez valessem alguma coisa. Todos devíamos doar um pouco da nossa miséria à comédia nacional. A minha está em circulação.”

No seguimento, declarou que aprendeu que o que não vale o esforço de uma lágrima é o ego. “Isto tudo para dizer que ser olhado pela Joana Marques — ou por qualquer outra criatura magnificamente lúcida — devia ser uma honra. Pode ferir, e todos temos o direito de estar feridos, de nos sentirmos feridos; pode mexer em fios que preferíamos que estivessem quietos, e todos temos fios desses, delicados. Mas rir de nós é um dos maiores actos de amor-próprio: um elogio às nossas falhas. Uma libertação. Se alguém tiver a ousadia de nos mostrar ao espelho, ainda que distorcido, devíamos agradecer a oportunidade de nos vermos”, rematou.

Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais

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