Nininho Vaz Maia deixou as milhares de pessoas rendidas ao seu concerto, no sábado dia 24, na Feira de Maio, na Azambuja. Alheias a todas as polémicas que envolvem o cantor, depois de estar a ser investigado por suspeitas de tráfico de droga e branqueamento de capitais, os fãs começaram aglomerar-se no recinto, em frente a palco, pelas 09h00, quando o concerto só aconteceria pelas 23h00. O cantor chegou já passava das 19h00 e foi direto para o palco para fazer o teste de som. Agradeceu às dezenas de pessoas que já estavam a guardar lugar, prometeu tirar fotos no final do concerto e seguiu para o seu camarim para preparar o espetáculo, o segundo depois de todas as notícias que o envolvem. A TV 7 Dias assistiu a tudo do lado de fora, uma vez que não havia autorização para entrar nos bastidores, e presenciou o momento em que voltou a sair do recinto para ir jantar, à Tasca da Ilda.

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Nininho Vaz Maia recebeu 42 mil e cinquenta euros pelo concerto que deu na Feira de Maio na Azambuja. A TV 7 Dias falou em exclusivo com António Matos, vice-presidente da Câmara Municipal daquela vila sobre este investimento. “Não é o maior de sempre, já fizemos mais. Está dentro da média do que nós costumamos contratar, não é nada de extraordinário. É o valor que as pessoas estão disponíveis a pagar em função do prestígio que o artista pode trazer ao evento. Provavelmente para o ano já deverá ser maior, depois deste mediatismo. Estes 35 mil euros [N.R.: Mais IVA] estão dentro do normal para os cabeças-de-cartaz”, sublinha.

O vice presidente, eleito pelo PS, repudia toda a polémica com o Chega. “Nós já tínhamos decidido que era o Nininho o ano passado”, começa por dizer. “Analisamos os artistas que estão mais na berra, vemos o preço/ qualidade e o Nininho foi escolhido simplesmente com base na qualidade do artista e que achámos que se adequava ao nosso tipo de evento”, assegura António Matos. Segundo o autarca, as questões de Nininho Vaz Maia com a justiça não interferem com o certame. “O facto de ser arguido não quer dizer que seja culpado. Quando aparece aquela situação com a justiça, mandámos um e-mail para eles a perguntar se podíamos continuar a contar com ele e que por nós estava tudo bem. Para nós o que conta é o estado de direito de presunção de inocência, até as pessoas terem transitado em julgado. Portanto, ele estava disponível para vir, por nós tudo bem. A sensação que tínhamos das pessoas é que queriam vê-lo cá e mantivemos”, afirma, referindo-se de seguida diretamente ao comunicado do Chega. “No dia a seguir ou no próprio dia [N.R.: em que sai a notícia] tivemos reunião de câmara, até conversei com a vereadora do Chega e falámos sobre isto. Até lhe disse, que ela como advogada, saberia melhor do que eu, que não era isso que faria com que pudéssemos anular qualquer tipo de contrato. Mantivemos e ela até concordou. Toda esta situação teve a ver com as eleições, onde o Chega teve a votação que teve, foi a vontade das pessoas e está tudo certo, mas não souberam gerir e mandaram aquele comunicado para a rua, que foi muito mal recebido aqui pelas pessoas do concelho da Azambuja”, garante. Algo que a nossa revista testemunhou durante o dia do concerto, em que as pessoas comentavam entre elas esta situação.

As expectativas para o concerto eram altas e por isso mesmo a organização decidiu mudar o local do concerto para um recinto maior. “Era para ser num determinado sítio, mas quando o vimos encher dois Altice Arena [N.R.: 15 e 16 de março] mudámos, porque percebemos que o inicialmente programado não dava. Já lá fizemos mais concertos, o do Tony Carreira e outros. Foi por uma questão de segurança e para que todas as pessoas possam ver com mais conforto”, partilha António Matos.

Para o camarim, o cantor não fez qualquer pedido especial como nos revelou a própria produção do cantor, escudando-se a revelar mais pormenores, e afirmando que o artista não estaria disponível para falar com os jornalistas. António Matos confirma que Nininho Vaz Maia “não pediu nada em especial”, mas que foi enviada uma pessoa da sua equipa ao local aquando da contratação. “Mandou um rider técnico hospitaleiro e mantém-se o que é normal dele. Mas não foi nada especial. Sem qualquer tipo de extravagâncias ou excentricidades. Normalmente os artistas pedem águas, sandes…”, conclui.

Texto: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.sousa@worldimpalanet.com); Fotos: Divulgação Município da Azambuja, D.R. e Tasca da Ilda