
O descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, na quarta-feira, 3 de setembro, provocou a morte a 16 pessoas e feriu 23.
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“Fui projetada, caí sobre as pessoas que já estavam no chão”
E Stefania Lepidi era uma das passageiras, juntamente com o filho, de 25 anos, que seguia na cabine que arrancou da Praça dos Restauradores. Ao canal italiano Tg3, a investigadora relatou o que grande susto que viveu: “A cabine arrancou, mas após alguns segundos, inexplicavelmente, parou de repente, depois voltou a mover-se com brusquidão batendo na parte de trás contra o que vi ser uma espécie de travão que existe no fim do percurso nos carris”, contou.
A passageira acabou por partir o braço. “Nesse impacto tão violento, eu, apesar de estar sentada, fui projetada, caí sobre as pessoas que já estavam no chão e, ao cair, apoiei a mão direita e comecei a gritar porque me magoei no pulso”.
Se Stefania Lepidi já estava assustada com o aconteceu, apercebeu-se que vinha uma outra cabine a descer, a grande velocidade, e que acabou por descarrilar tombando numa curva. E foi nesta composição que se registaram as 16 vítimas mortais.
Por haver muito “fumo a sair do outro funicular”, os passageiros da cabine onde seguia a italiana saíram “todos a correr do funicular” “com medo de um incêndio, de uma explosão”.
“Vi levarem as macas e em algumas estavam os corpos cobertos”
E durante duas horas, Stefania Lepidi ficou a aguardar por socorro. “Nós saímos todos da carruagem a andar. Na outra houve vítimas mortais. Eu, no geral, estou bem, tenho o braço partido, mas foi uma experiência forte. Ver o que aconteceu aos outros deixou-me chocada, fiquei duas horas no chão porque, naturalmente, os bombeiros tinham outras prioridades, pediram-me para ter paciência, mas vi levarem as macas e em algumas estavam os corpos cobertos. Comecei a tremer, vomitei, não estava bem”, contou.
Nessa altura, a vítima foi ajudada pelo filho, que pediram que ficasse sentada no chão. “Via sangue por todo o lado, comecei a tremer, a vomitar, aquelas duas horas foram de angústia: disseram-me que não me podiam ajudar de imediato, porque havia mortos. Tinha suores frios, o suor congelava-me na pele, as minhas costas doíam, e a certa altura puseram-me uma manta térmica”.
Stefania Lepidi ainda foi transportada para o hospital, mas após ser alvo de “exames para verificar se não tinha mais ferimentos”, teve alta hospitalar. Esta sexta-feira, 5 de setembro, ia regressar a Itália.
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Texto: Carolina Marques Dias Fotos: DR