Esta segunda-feira, 2 de junho, Cristina Ferreira foi alvo de várias críticas nas redes sociais. Em causa estão as declarações da apresentadora, durante a rubrica Análise Criminal, no programa Dois às 10, face a uma mulher alegadamente assassinada pelo ex-companheiro.

Não sei se esta mulher depois do baile entrou num carro com ele, e aí é que se calhar se pôs a jeito para que isso acontecesse. Hoje em dia, é mesmo não confiar em ninguém, nem na pessoa em quem mais gostamos”, referiu a comunicadora durante o programa das manhãs da TVI, seguindo-se várias críticas entre os internautas.

"É um autêntico desserviço”;"Lamentável" ou “Isto é vergonhoso”, pode ler-se entre vários comentários no Twitter.

A reação de Cristina Ferreira

Entretanto, face à repercussão que o tema ganhou nas redes sociais, Cristina Ferreira deixou um esclarecimento na sua conta de Instagram.

"Não tenho por hábito comentar polémicas da Internet mas como não posso compactuar com a desinformação e a caça ao like tenho de me manifestar. Ontem, na ‘Crónica Criminal’ do programa, espaço que nos últimos anos muito tem contribuído para a informação, alerta e até mudança na justiça portuguesa, falámos, infelizmente, de mais uma mulher morta”, começou por referir.

"Na sequência do debate falei dos tempos que correm e de como não podemos já confiar em ninguém. O alerta tinha o propósito da defesa de cada um de nós em relação a desconhecidos ou relações abusivas e controladoras. A frase ‘pôs-se a jeito’ usada, no contexto, tinha tudo menos o propósito de culpabilizar a mulher, aliás o que se pretende é exatamente o contrário”, referiu.

Em seguida, Cristina Ferreira alegou que a frase foi “retirada de contexto". “Provocou uma avalanche de partilhas e discurso de ódio, que vão exatamente no sentido contrário daquilo que apregoam algumas das vozes que se manifestam no combate à violência", destacou, em seguida.

O apontar do dedo e a procura do erro no outro, de forma enviesada, não contribui para o combate, necessário e urgente, da violência doméstica. Estimular discursos de ódio não favorecem uma sociedade melhor. A voz de cada um deve ser usada para a criação de empatia, discussão informada e alteração de comportamentos, que infelizmente me parecem viver um retrocesso", referiu ainda.

"Posto isto, vou continuar, no espaço que tenho profissional, a usar a minha voz e a dos meus convidados, psicólogos, advogados e inspetores da polícia, para o alerta, a informação e divulgação de tudo o que nos pareça essencial para uma sociedade melhor. Trabalho que faço há 20 anos. É no amor que evoluímos. Nunca no ódio", completou.