Jorge Costa - nome incontornável do FC Porto e da Seleção Nacional - morreu esta terça-feira, 5 de agosto, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória. Aos 53 anos, era diretor desportivo do clube azul e branco, mas destacou-se, sobretudo, como futebolista e treinador. Numa entrevista concedida ao site Tribuna, do jornal Expresso, Jorge Costa contou como surgiu a decisão de 'pendurar as chuteiras' de jogador de futebol.

"Eu não sabia muito bem aquilo que iria fazer. O que aconteceu foi que acabo a minha carreira no Standard de Liège, regresso a Portugal e decido acabar a minha carreira de futebolista. Entretanto, queria aproveitar um bocadinho a vida. Ao contrário daquilo que as pessoas possam pensar, um jogador de futebol tem um vida muito intensa, poucas férias, não tem fins de semana, não tem feriados. Eu queria aproveitar um bocadinho a vida e então comprei um barco", explicou.

Entretanto, o afastamento do mundo do futebol não durou muito tempo. "Comprei um barco a motor, porreirinho com dois quartos em baixo. Entretanto, em outubro, recebo uma chamada do Jorge Mendes com a possibilidade de ir para adjunto do Braga e iniciar a minha carreira como treinador. Estava a tirar o nível dois", fez saber.

Jorge Costa explicou que foi "automático". "Acho que nem pensei, não foi a parte financeira, de todo, que me levou a aceitar, o que me levou a aceitar foi a falta que o futebol me estava a fazer. A minha iniciação como treinador foi uma coisa natural que caiu do céu, não estava de todo programado, os meus planos era usufruir um bocadinho da vida , mas muito rapidamente dou o passo seguinte que é ser treinador de futebol", referiu.

"Eu fui contratado como treinador adjunto quando o Braga ainda não tinha treinador principal. Entretanto, o Rogério Gonçalves é o escolhido para treinador principal e para mim foi tudo uma novidade porque comecei a ver o futebol do outro lado. Foi acima de tudo uma aprendizagem. Entretanto passo a treinador principal (...) Controlar as emoções foi o mais difícil. Mudar o chip, perceber que já não sou mais jogador e que sou treinador", acrescentou.

Questionado ainda se gostaria de treinar o Futebol Clube do Porto, Jorge Costa respondeu: "É difícil, acho que iria sofrer muito e eu quero uma vida sem sofrimento".

Recorde-se que Jorge Costa esteve à frente do Braga como treinador principal durante as épocas 2006/2007 e 2007/2008. Depois seguiram-se passagens pelo Olhanense e por países como Roménia, Tunísia, França e Gabão, entre outros. O AFS Vila das Aves foi o último clube que representou como treinador antes de ingressar no Futebol Clube do Porto como diretor.

Já como jogador ganhou destaque no Futebol Clube do Porto e passou ainda por emblemas como Penafiel, Marítimo, Charlton ou Standard de Liège.