Um texugo que parece admirar uma versão grafitada de si próprio ganhou o prémio do público no concurso Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano 2024 do Museu de História Natural de Londres.
A imagem foi captada numa estrada tranquila em St Leonards-on-Sea, Inglaterra, pelo fotógrafo britânico Ian Wood que já tinha reparado que os texugos passavam muito por ali à procura de restos de comida deixados para as raposas.
“Passei quase dois anos a fotografá-los e tive esta ideia para uma foto. Achei que seria divertido colocar o graffiti e ver se conseguia fazer um texugo passar ali", contou à BBC .
Ian Wood considera que há uma mensagem mais profunda na sua foto sobre o polémico assunto do abate de texugos, que tem sido levado a cabo pelas autoridades para conter a tuberculose bovina. O Governo britânico anunciou no ano passado que vai pôr um fim a esta medida dentro de cinco anos.
Ian considera o abate de texugos como "uma desgraça nacional" e disse: "Eu trocaria este prémio imediatamente para que o governo rescindisse todas as licenças de abate de texugos existentes".
25 imagens nomeadas
As 25 imagens nomeadas para o prémio do público People's Choice Award de Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano deste ano receberam um recorde de 76.000 votos de fãs de fotografia de vida selvagem e da natureza em todo o mundo.
Além da imagem vencedora, outras quatro finalistas foram muito elogiadas. Estas cinco imagens estão expostas online e no Museu de História Natural de Londres até 29 de junho.
"Spiked" por David Northall (Reino Unido)
"Um texugo-do-mel ensanguentado, mas determinado, persegue um porco-espinho-do-cabo no Botswana. Depois de uma rápida retirada para lamber as feridas, o texugo voltou para terminar o trabalho e arrastou o porco-espinho para a sua toca".
"Whiteout" de Michel d'Oultremont (Bélgica)
Olhe com atenção - consegue ver o arminho? Mistura-se perfeitamente com o cenário branco de neve na Bélgica. Michel d'Oultremont cobriu-se com uma rede branca de camuflagem e conseguiu a oportunidade de fotografar quando um arminho curioso saiu da sua toca .
"Edge of Night" de Jess Findlay (Canadá)
"Uma coruja fantasmagórica sai da janela de um celeiro abandonado para caçar nos campos perto de Vancouver".
Jess Findlay passou várias noites a observar a coruja em silêncio para aprender os seus hábitos. Configurou um raio invisível que dispararia um flash quando a coruja levantasse voo. Com uma velocidade do obturador lenta para captar a luz circundante, tudo se encaixou perfeitamente na décima noite, quando a saiu para caçar.
"Earth and Sky" de Francisco Negroni (Chile)
Uma nuvem lenticular dupla é iluminada ao anoitecer pela lava emitida pelo vulcão Villarrica, no sul do Chile. Villarica é um dos vulcões mais ativos do país e entrou em erupção pela última vez em 2015.
Francisco Negroni faz viagens regulares a Villarrica para monitorizar a sua atividade. Diz que cada viagem é “uma grande aventura – nunca se sabe com o que o vulcão pode surpreender”. Algumas noites são calmas, outras furiosas como nesta fotografia, onde o brilho da cratera ilumina o céu noturno.
O Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano foi fundado em 1965 pela BBC Wildlife Magazine, então denominada Animals. O Museu de História Natural uniu esforços em 1984 para criar o concurso tal como é conhecido hoje. A competição anual e a exposição itinerante são agora geridas e propriedade do Museu de História Natural de Londres.