
O Vodafone Paredes de Coura irá regressar entre os dias 12 e 15 de agosto de 2026 e já há duas bandas “95% confirmadas”, avançou o diretor do festival, João Carvalho, em conferência de imprensa realizada esta tarde.
Durante o tradicional balanço do festival, o diretor salientou este último dia da edição de 2025, que já se encontra esgotado e que conta, no cartaz, com nomes como Sharon Van Etten, Air e Franz Ferdinand.
Para João Carvalho, este é um festival que se pauta pela "diferença", revelando que Lola Young, destaque do segundo dia do evento, “estava com uma crise de ansiedade” e que o concerto que esta deu foi encarado pela própria como “terapia”.
E não só: “a Zaho de Sagazan fechou os Jogos Olímpicos [de Paris 2024] e o Festival de Cannes [também em 2024] e disse que este concerto no festival foi o melhor que deu. Paredes de Coura é isto”, rematou. “Um público absolutamente fantástico, que emana ternura, valores, princípios. Não há incidentes ou roubos, há solidariedade. É mais que um festival”.
De acordo com o diretor, passaram pelos quatro dias de evento cerca de 120 mil pessoas, o que faz desta “uma das melhores edições de sempre”. “As pessoas vêm agradecer, não só pelos concertos como pelas condições”, acrescentou. “É o melhor festival português. Que aconteça no interior do país é maravilhoso. Acabaram festivais por todo o mundo, e em Portugal; fazê-lo, e com uma enchente, é um feito. Há trinta anos não pensávamos que fosse acontecer”.
João Carvalho destacou ainda o ambiente familiar que rodeia todo o evento: “trabalham no festival 2200 pessoas. Há tias, irmãs e avós a trabalhar na cantina. O meu irmão, Marco Carvalho, é o responsável pela montagem do festival”.
Leonor Dias, diretora de marca da Vodafone, principal patrocinador do festival, destacou o aumento do consumo de dados móveis “num festival que não se caracteriza por haver telemóveis na mão”. “É muito bom quando vemos nas notícias as histórias de quem nos visita, quando vemos gente a dizer que vir ao Vodafone Paredes de Coura devia ser obrigatório pelo menos uma vez na vida”, disse.
Já Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, afirmou que com o festival aprendeu que “não é preciso sentirmo-nos presos à geografia”. “O céu de Paredes de Coura é igual ao céu de Berlim”, apontou. “Nós é que nos refugiamos no fatalismo da geografia”.
“Paredes de Coura sempre teve capacidade de risco; quem não tiver coragem, não há Excel ou plano de negócios que salve. Foi este risco que fez o festival crescer. As pessoas têm a ideia feita de que só o centro é cosmopolita e tem empreendedorismo”, continuou, destacando a “hospitalidade” da população local, contando uma história de um convite feito a dois festivaleiros pelo seu irmão: “ontem cheguei a casa e estavam dois estranhos a tomar banho no fontanário…".