É o filme com mais nomeações aos Óscares, mas é também um dos mais polémicos. “Emília Pérez” tem levado a debates sobre a representação da cultura mexicana e no país as críticas têm sido muitas.

Nos últimos dias, um grupo de atores mexicanos fez uma espécie de homenagem (ou não) ao filme e que rapidamente conquistou os internautas. A curta-metragem “Johanne Sacreblu”,realizada pela realizadora Camila Aurora tem cerca de 30 minutos e retrata vários clichês franceses.

A história, toda ela insólita, fala do amor, ao estilo Romeu e Julieta, entra Johanne, uma herdeira do maior produtor de baguetes em França, e Agtugo Ratatouille, o herdeiro do maior produtor de croissants do país. Assim como o filme original, também este optou pelo estilo musical.

Héctor Guillén, um dos roteiristas do projeto, já tinha, através das redes sociais, atacado o filme.

As críticas e as polémicas…

As críticas têm sido muitas e já vêm de trás. Desde logo porque o filme foi gravado num estúdio em França por um realizador, também ele francês, e que não sabe falar espanhol.

A isso, junta-se o facto de no elenco apenas uma atriz, Adriana Paz, ser mexicana. De resto, Karla Sofía Gáscon é espanhola e Zoë Saldaña e Selena Gomez são americanas.

As críticas falam, também, da representação estereotipada dos mexicanos, da falta de autenticidade cultural e da utilização de inteligência artificial nas vozes.

Além disso, segundo o The Guardian, vários ativistas questionaram a representação transexual do filme, observando o uso da identidade como uma ferramenta “inerentemente redentora ” para o protagonista criminoso.

A Glaad, uma organização de defesa da comunidade LGBTQ+, diz que o filme faz um “retrato profundamente retrógrado de uma mulher trans” e um “retrocesso na representação trans”.