Um movimento ativista está a convocar um boicote de uma semana ao McDonald’s, acusando a cadeia de fast food de inflacionar preços, explorar os trabalhadores e fugir aos impostos.

“Isto é mais do que hambúrgueres e batatas fritas, é sobre poder”, escreveu o grupo The People’s Union USA no Instagram.

Este coletivo, que já apontou baterias a marcas como Amazon, Nestlé, Walmart, General Mills e Target, acusa agora o McDonald’s de uma série de práticas questionáveis: desde tentativas de silenciar trabalhadores e travar sindicatos, até à exploração de cadeias de abastecimento globais e práticas ambientais pouco transparentes.

Segundo o líder do grupo, John Schwarz, o McDonald’s também se refugia em “iniciativas de diversidade performativas”, enquanto apoia politicamente candidatos e leis que “minam a equidade, os direitos laborais e as comunidades marginalizadas”.

Um timing delicado para o McDonald’s

O boicote surge numa altura frágil para a marca, depois de um surto de E.coli no outono de 2024, associado aos seus Quarter Pounders, uma quebra nas vendas e críticas à decisão de recuar nos programas de diversidade, uma tendência comum entre empresas após a eleição de Donald Trump.

O The Independent contactou o McDonald’s, que até ao momento não comentou. A empresa já negou práticas de especulação de preços, dizendo que os valores dos menus são definidos pelos franchisados, com foco na acessibilidade.

Ainda assim, no final de 2023, três senadores democratas acusaram a cadeia de abusar dos preços: “Relatórios do próprio McDonald’s indicam que os aumentos de preços podem estar a ultrapassar a inflação”, escreveram Elizabeth Warren, Bob Casey e Ron Wyden.

“O lucro anual da empresa cresceu mais de 79% — para quase 8,5 mil milhões de dólares — entre 2020 e 2023.”

Entretanto, trabalhadores de fast food na Califórnia, incluindo empregados do McDonald’s, avançaram com a criação de um sindicato ligado à Service Employees International Union — um passo histórico num setor com fraca representação sindical.

O movimento People’s Union USA ganhou força este ano e já angariou mais de 125 mil dólares numa campanha de crowdfunding. A causa, que tem recebido apoio de celebridades, promete manter a pressão durante toda a semana, pedindo aos consumidores que recusem a comprar.

Se vai ter impacto? Ainda é cedo para dizer!