
A bolsa de Wall Street abriu esta sexta-feira com desempenhos mistos, num contexto marcado pela crescente oscilação nos mercados financeiros. O alívio parcial registado esta manhã segue-se a uma queda acentuada na quinta-feira, desencadeada pelo agravamento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
Pelas 14:45 (hora de Lisboa), o industrial Dow Jones avançava 0,33%, para 39.723,18 pontos, e o tecnológico Nasdaq ganhava 0,75%, para 16.510,87 pontos. Em contraste, o S&P 500 recuava 0,34%, fixando-se nos 5.250,11 pontos.
Na quinta-feira, os principais índices norte-americanos registaram perdas significativas: o Dow Jones caiu 2,50%, o Nasdaq perdeu 4,31% e o S&P 500 recuou 3,46%.
Nova escalada nas tensões comerciais entre Washington e Pequim
A instabilidade nas bolsas surge após o anúncio, por parte do governo chinês, de um novo aumento das tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos, elevando as taxas até 125%. A medida, que entrará em vigor no sábado, foi classificada por Pequim como uma resposta ao que considera ser o “unilateralismo coercivo” da política comercial de Washington.
Apesar de assegurar que não procura uma guerra comercial, a China afirmou estar preparada para reagir, reforçando que “não tem medo de a enfrentar se necessário”.
Reação global: quedas na Europa, exceção em Lisboa
As principais bolsas europeias também abriram em queda esta sexta-feira. O índice EuroStoxx 600 recuava 1,12%, para 481,84 pontos, às 10:00 em Lisboa. Londres cedia 0,34%, Paris 1,13% e Frankfurt 1,39%. Já Madrid e Milão desvalorizavam 0,65% e 1,41%, respetivamente.
A exceção foi a bolsa de Lisboa, com o índice PSI a subir 0,94%, atingindo os 6.465,31 pontos às 10:00 da manhã.
Ouro e euro em máximos
Num contexto de maior aversão ao risco, o ouro, tradicional ativo de refúgio, atingiu um novo máximo histórico, fixando-se nos 3.218,09 dólares (2.85 euros) por onça, acima dos 3.158,59 (2.80 euros) dólares registados na quinta-feira.
O euro também subia face ao dólar, chegando aos 1,1415 dólares, o valor mais alto desde fevereiro de 2022, refletindo a pressão sobre a moeda norte-americana.
Trump suspende tarifas globais, mas mantém pressão sobre a China
Na quarta-feira à noite, o Presidente dos EUA anunciou uma suspensão temporária de 90 dias das chamadas “tarifas recíprocas” aplicadas a países fora da disputa com a China. Contudo, reforçou as tarifas sobre os produtos chineses, que totalizam agora 145%, após a adição de 20% referentes à crise do fentanil.