
Falando num dos eventos paralelos que antecederam o início da reunião, Ursula von der Leyen lembrou que a comissão apoia a campanha "Ampliar as Energias Renováveis em África", da organização Global Citizen, que procura reduzir a pobreza procurando convencer líderes empresariais e governos de que as energias renováveis são "um bom negócio" e um "motor de crescimento".
Mencionou, a propósito, vários projetos em curso em diferentes países africanos, que foram realizados graças à "parceria público-privada entre as empresas e os governos europeus e africanos".
"Queremos triplicar a presença de energias renováveis nos próximos cinco anos e África é um continente privilegiado para isso devido às suas condições climáticas", afirmou.
A presidente da comissão reconheceu haver "falta de infraestruturas", mas disse que os empresários estão a ser apoiados "para reduzir o risco" e estão a ser incentivados a investir.
Segundo Von der Leyen, a transição energética e o crescimento das energias renováveis são uma oportunidade para gerar emprego e facilitar às comunidades excluídas o acesso à eletricidade.
A campanha Global Citizen visa garantir compromissos dos governos, do sector privado e dos bancos multilaterais para triplicar a capacidade de energia renovável até 2030, apoiar a criação de 500.000 novos empregos no sector energético e satisfazer as necessidades energéticas dos 600 milhões de pessoas que ainda não têm acesso à eletricidade em África.
O fórum Global Citizen Now, inaugurado hoje pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, é um dos eventos paralelos da conferência da ONU, que vai decorrer a partir de segunda-feira e até quinta-feira em Sevilha, reunindo líderes mundiais, organizações internacionais e representantes do sector privado e da sociedade civil.
Segundo as contas da ONU, o défice atual na ajuda ao desenvolvimento é 1.500 mil milhões mais do que há dez anos e em 2024 a ajuda oficial ao desenvolvimento caiu pela primeira vez nos últimos seis anos, com previsão de nova queda de 20% para 2025.
O objetivo da reunião é "renovar o quadro do financiamento global ao desenvolvimento", num momento de "graves tensões geopolíticas e conflitos" e quando "estão gravemente atrasados" os objetivos acordados pela comunidade internacional na Agenda 2030, lê-se no texto "Compromisso de Sevilha", a declaração já negociada no seio da ONU que deverá ser formalmente adotada esta semana.
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