O UniCredit prossegue a sua rota de aquisições um pouco por toda a Europa. Desta feita, o banco italiano decidiu subir a sua participação no Alpha Bank, uma instituição grega onde já era o maior acionista desde 2023.

Segundo o comunicado do banco italiano, este adquiriu uma participação adicional de 9,7% na Alpha Services and Holdings a um “preço que incorpora um desconto em relação ao preço de encerramento anterior das ações”. Esta aquisição é através de instrumentos financeiros e a instituição liderada por Andrea Orcel precisa agora da autorização do Banco Central Europeu para subir a sua posição no banco até 29,9%, tendo o CEO reconhecido que pretende continuar o investimento nesta instituição. A liquidação física destes novos instrumentos só poderá ocorrer depois da luz verde do regulador.

Esta subida de participação trará ao UniCredit um lucro líquido adicional de 180 milhões de euros anuais, segundo o mesmo. A transação deve estar finalizada até ao final do ano e vai ter um impacto de 40 pontos base no rácio CET1 do UniCredit. O retorno sobre o investimento deve ser cerca de 16%, que o banco espera melhorar “graças às iniciativas que estão a ser realizadas dentro da parceria”.

O CEO do UniCredit destaca que a parceria com o Alpha Bank “já gerou valor muito acima das expectativas”. Orcel acrescenta que tem uma visão positiva sobre o envolvimento com as instituições gregas, cuja “abordagem e apoio contribuíram significativamente para o sucesso da parceria e deste investimento adicional”. O banco italiano reforça que o seu foco principal é levar a cabo o seu plano UniCredit Unlocked e o crescimento lucrativo, com distribuições superiores e sustentáveis aos acionistas.

Citados pela Agência Reuters, tanto o CEO do Alpha Bank como o governador do Banco da Grécia se mostraram recetivos a este investimento. O governador, Yannis Stournaras, acrescentou que “é um desenvolvimento muito bom para ambos os bancos” e informou que o banco italiano vai comprar a posição do grupo de investimento neerlandês Reggeborgh.

Recorde-se que o UniCredit encontra-se no centro de uma batalha de fusões no plano bancário italiano. O banco fez, em novembro passado, uma oferta para comprar o rival Banco BPM. Processo esse que está parado de momento porque o UniCredit está a contestar as condições impostas pelo governo italiano.

Por sua vez, o líder do banco veio esta semana reafirmar o seu interesse noutro rival europeu, o Commerzbank, onde o UniCredit adquiriu uma posição de 28%, também com instrumentos financeiros, tal como está a fazer no Alpha Bank.

Note-se que o próprio Alpha Bank também entrou na onda das fusões e anunciou no início do ano a aquisição de um pequeno banco no Chipre, o Astrobank.