Mário Chaves, administrador da TAP com o pelouro das operações sublinhou esta sexta-feira conseguiu nos seus 80 anos de história ser sempre ser portuguesa, mesmo quando esteve na esfera privado, e o objetivo é que a "portugalidade" se mantenha, mesmo depois da privatização.

“A TAP viveu muitos momentos nestes 80 anos, se virem a história a TAP não esteve sempre na esfera pública e conseguiu sempre ser portuguesa”, afirmou Mário Chaves aos jornalistas, à margem da cerimónia de comemoração dos 80 anos da companhia aérea, na BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market (antiga Bolsa de Turismo de Lisboa), que decorre em Lisboa. Foi a 14 de março de 1945, que a transportadora portuguesa surge pela mão de Humberto Delgado.

“Sendo português”, quer “que a empresa fique sempre com a sua portugalidade”, afirmou Mário Chaves. “Tem as nossas cores, Portugal é a TAP e a TAP é Portugal”, sublinhou o antigo comandante da transportadora.

Com a privatização em suspenso, até à entrada do novo governo, o gestor assegurou que a companhia vai manter o foco no Brasil - o grande trunfo a TAP - e nos EUA. Mas não só a transportadora está a olhar também para outras possibilidades de expansão, para abrir rotas e expandir a oferta.

O responsável apontou ainda que a aposta no mercado brasileiro “é para manter”, tal como disse recentemente no Brasil o primeiro-ministro em gestão, Luís Montenegro, que também visitou esta sexta-feira a BTL.

Privatização: adiamento de dois ou três meses

Também na BTL, na quinta-feira, o presidente da TAP, Luís Rodrigues, admitiu um atraso no processo de venda devido à queda do Governo, mas desdramatizou o cenário e apontou para que o processo arranque ainda este ano. “Neste momento, ninguém está a falar no fim da privatização da TAP, mas num adiamento de dois ou três meses”, afirmou na CNN Summit dedicada ao turismo que decorre na BTL, em Lisboa.

Mário Chaves lembrou que a TAP “está a cumprir o seu plano de reestruturação”, chamando a atenção para a sobrelotação do aeroporto e das limitações que isso impõe à companhia. Por isso, avançou a TAP está “a explorar caminhos alternativos para continuar o seu crescimento”.

Para assinalar o 80.º aniversário foi editado o livro “Voar É Preciso”. São mais 700 imagens do arquivo histórico da companhia, a maioria inéditas, que percorrem a história de oito décadas da TAP. O trabalho resulta de uma parceria transatlântica entre Portugal e o Brasil. E é da autoria de Rita Tamagnini, diretora de Comunicação Corporativa & Relações Externas da TAP, e Gianfranco Beting, empresário brasileiro, executivo do setor e publisher da revista Flap International, no Brasil.