"Temos, por um lado, uma escassez de oferta de habitação e, por outro lado, um crédito de habitação muito significativo em termos de crescimento", disse, explicando que a oferta de casas a valores mais baixos foi "bastante afetada", mas a construção de habitação 'premium' cresceu.

Paulo Macedo falava na abertura da sessão 'Encontros Fora da Caixa", no Funchal, subordinada ao tema 'Madeira: Perspetivas do Próximo Ciclo Político e Económico', na qual confirmou que o banco concedeu sozinho 500 milhões de crédito à habitação no mês passado.

O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD) destacou a diminuição das taxas de juro, a subida dos salários acima da inflação e "alguma diminuição" do IRS como fatores que dão "mais algum poder de compra" às pessoas, bem como "mais capacidade de endividamento".

O responsável alertou, no entanto, para o impacto económico das tarifas propostas pelos Estados Unidos e da alocução de mais investimento para defesa no quadro da Organização do Tratado do Atlântico Norte -- NATO.

"Neste momento, a Europa toda está convencida que tem de investir -- não é só uma obrigação se vai investir os 5% ou não --, mas está convencida que tem de fazer uma alocação no investimento em defesa sem precedentes", argumentou, considerando que esta problemática associada ao aumento das tarifas comerciais vai tornar o crescimento mundial mais lento.

Paulo Macedo defendeu, por outro lado, que a Região Autónoma da Madeira reúne os fatores essenciais para prosperar, como estabilidade, segurança, investimento na educação, aposta na economia do mar e no turismo.

Antes da intervenção do presidente da Caixa Geral de Depósito, o chefe do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, tinha afirmado que a região autónoma regista um "crescimento continuado" há 48 meses consecutivos e as previsões apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) regional vai atingir os 8.000 milhões de euros no final do ano.

"Neste momento, temos o desemprego mais baixo dos últimos 20 anos e estamos a importar mão-de-obra não qualificada, o que não é dramático desde que essa mão-de-obra seja consolidada em condições humanas de trabalho e de alojamento", sublinhou.

Os 'Encontros Fora da Caixa' têm como principais objetivos fomentar o diálogo e a reflexão sobre temas cruciais da atualidade, bem como promover a partilha de conhecimento e experiências entre os participantes, abordando assuntos da economia e inovação à sustentabilidade e cultura, sempre focados em matérias de interesse estratégico para o futuro do país.

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