O grupo Porto Bay vai abrir em julho um novo hotel em Albufeira, designado Blue Ocean, com 350 quartos, e que vai ficar ligado ao já existente Porto Bay Falésia, com 310 quartos, perfazendo assim um resort com 660 quartos, e será o maior do Algarve.

“No Porto Bay Falésia tinhamos um contrato de cessão/ exploração que terminava no próximo ano. Tentámos comprar o hotel, mas a família Humbria Brazão, que é proprietária, não quis vender”, conta António Trindade, presidente do grupo Porto Bay. “Em alternativa, ficámos sócios, com uma posição de 50% na propriedade de dois hotéis (incluindo uma unidade ao lado que estava com a TUI), também com exploração do Porto Bay”.

“É o maior investimento feito em Portugal em 2024, e que rondará 130 milhões de euros”, avança António Trindade, destacando que os dois hotéis, apesar de ficarem ligados, são distintos e têm um público-alvo diversificado (o Falésia é mais virado para a vertente de desportos, e o Blue Ocean para lazer).

Entre os investimentos que o grupo está a avançar em novas unidades, destaca-se ainda o Old Town Funchal, um boutique-hotel de cinco estrelas na zona velha da capital madeirense, cija obra já começou.

Grupo faturou 129 milhões de euros em 2024

Na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorre na FIL até 16 de março, o grupo Porto Bay anunciou que em 2024 atingiu uma faturação de 129 milhões de euros, dos quais 117 milhões com os seus hotéis em Portugal (na Madeira, em Lisboa, no Porto e no Algarve), e o restante com as suas unidades no Brasil.

António Trindade, presidente do Porto bay, anunciou na BTL que os lucros operacionais do grupo cresceram 16% em 2024, para 26 milhões de euros
António Trindade, presidente do Porto bay, anunciou na BTL que os lucros operacionais do grupo cresceram 16% em 2024, para 26 milhões de euros PB

Os lucros operacionais do grupo em 2024 (EBITDA) subiram 16% para 26 milhões de euros. “Foi um excelente ano, em que atingimos números importantes”, salientou António Trindade, referindo que para 2025 “o nosso grande desafio é conseguir bater o ano que passou”.

As previsões do grupo Porto Bay para este ano continuam a contemplar crescimento, apesar de os hotéis no Algarve não estarem em operação completa ao longo de 2025, por estarem a ser alvo de obras de requalificação.

“Com as reservas que tenho de momento, deveremos atingir este ano um crescimento de 5%”, adiantou António Trindade, frisando que as perspetivas não são uniformes em todas as regiões do país.

“A Madeira mantém um ritmo de crescimento grande, e este ano será francamente superior ao de 2024”, realçou o presidente do grupo Porto Bay, referindo haver também boas perspetivas para o Algarve.

Mas no que toca ao turismo de cidade, “temos alguns desafios”, advertiu o holeleiro, destacando “a capacidade aérea já esgotada em Lisboa”, e defendendo que, face à situação, “tem de haver um esforço de adaptação do lado da oferta”.

“Quando temos um aeroporto totalmente esgotado, é preciso um esforço grande para aumentar a estada média para ‘prender’ mais gente ao destino, e no caso de Lisboa, se a conseguirmos passar de três para quatro dias, significa um crescimento de 30%", defendeu António Trindade, lembrando que as estadas mais curtas são uma questão que se coloca sobretudo em cidades como Lisboa. “A nossa média de estada na Madeira é de 10 dias no inverno, e de 8 a 9 dias no verão”.

A diferenciação dos conceitos hoteleiros, e a aposta na gastronomia, também foram destacadas pelo presidente do grupo Porto Bay, que frisou que “quando vendemos os nossos hotéis no Brasil, é importante podermos dizer que temos um hotel na Madeira com um restaurante com duas estrelas Michelin”.