Um total de 36.816 pessoas conseguiu realizar a perigosa travessia no ano passado, avançou o Ministério do Interior britânico.

O número é, no entanto, inferior ao recorde alcançado em 2022, quando entraram n Reino Unido mais de 45.000 migrantes irregulares através do Canal da Mancha.

O fenómeno tornou-se uma questão importante para a política britânica, tanto para os governos conservadores anteriores, bem como para os trabalhistas que chegaram ao poder este verão.

Há duas semanas a autoridade marítima do Canal da Mancha e Mar do Norte (Prémar) tinha adiantado que o número de migrantes mortos a tentar fazer aquela travessia foi, no passado, o maior de sempre, atingindo 73 pessoas.

Desde o aparecimento, em 2018, de "pequenas embarcações" para fazer a travessia, os números têm aumentado todos os anos, com os "traficantes a assumirem cada vez mais riscos", referiu a mesma autoridade, especificando que os barcos usados são de "má qualidade" e "inadequados" para o Estreito de Pas-de-Calais, onde as condições meteorológicas são muito difíceis e onde circula perto de 25% do tráfego marítimo mundial.

Em 2024, a prática também ficou marcada por outra caraterística preocupante: o número de migrantes por barco aumentou significativamente, passando a média de pessoas por cada um para 54 por travessia, ou seja, mais 50% do que em 2022.

"Esta sobrecarga aumenta os riscos, sendo que 90% dos naufrágios envolveram barcos que transportavam 50 ou mais migrantes", explicou a Prémar.

Por outro lado, foi registado, este ano, um outro recorde, já que houve um número inédito de pessoas que morreram a bordo destes barcos insufláveis, não por naufrágio, mas por asfixia após um esmagamento, avançou a autoridade marítima.

O alargamento das zonas de partida na costa francesa, até à Baía de Somme ou mesmo Dieppe, mais a sul, também expõe os migrantes a travessias mais longas e perigosas.

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