O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, lamentou esta Segunda-feira, 21, a morte do Papa Francisco, considerando que o Santo Padre deixa um enorme legado para a igreja e para a humanidade.

“Uma luz no céu para nos iluminar os caminhos da nossa peregrinação na terra. A abertura a todos, todos, todos, marca um pontificado orientado para os mais pobres, os excluídos e os enormes desafios da contemporaneidade, guerras, mudanças climáticas, desigualdades, migrações inteligência artificial”, descreve o chefe de Estado, numa mensagem publicada na sua página da rede social Facebook.

José Maria Neves recorda que teve a felicidade de ter três encontros com o Papa Francisco, no Vaticano, numa das quais para falar sobre a Concordata que Cabo Verde assinou a Santa Sé, em 2013, e, noutra, quando Don Arlindo Furtado foi criado Cardeal, e aguardava com expectativa uma possível visita dele no arquipélago, mais ou menos assente, no quadro dos 500 anos da criação da Diocese de Santiago de Cabo Verde e dos 50 Anos da nossa Independência.

“As minhas sentidas condolências à Igreja Católica e aos familiares deste grande Homem, que nos deixa eternamente gratos por tudo o que fez por nós. Francisco, mais do que a Igreja, era o mundo”, expressou.

Por sua vez, o Presidente angolano, João Lourenço, diz que a morte do Sumo Pontífice constitui um duro golpe para o mundo e uma imensa perda para os cristãos católicos, que viam nele uma das grandes esperanças na construção de um mundo mais justo e equilibrado, por ter sido um líder comprometido com a paz, com a justiça social e com os mais desfavorecidos.

Durante o Seu Pontificado, afirma João Lourenço, Francisco soube ser um intérprete sagaz das inquietações do mundo moderno.

“Em face disso, pudemos ter tido o privilégio de o ver avançar em tomadas de posição corajosas que modificaram abordagens desajustadas do nosso tempo e atenderam mais cabalmente questões sobre a diversidade no seio da Igreja Católica”, acrescentou.

Presidente moçambicano, Daniel Chapo, também endereçou uma mensagem em que expressa, com profundo pesar, as suas condolências à comunidade cristã e a todos os fiéis pela morte de Sua Santidade o Papa Francisco, “líder espiritual cuja vida foi marcada por um incansável compromisso com a paz, a justiça social e a fraternidade entre os povos”.

Num momento que descreveu como de “choque” e “dor partilhada”, Daniel Chapo evoca a grandeza de uma figura cuja influência espiritual ultrapassou os limites da Igreja Católica.

“Neste momento, com corações em choque juntamo-nos ao mundo na despedida de um líder, cuja luz brilhou intensamente, iluminando caminhos de fé e esperança”, lê-se na mensagem.

O chefe de Estado destacou a marca indelével que o Santo Padre deixou no mundo, através da sua postura de humildade, do seu compromisso com os marginalizados e da sua busca incansável pela paz.

“Sua Santidade, um pastor para todos, transcendeu as fronteiras da Igreja Católica, tocando a alma da humanidade com sua mensagem de amor a Deus e ao próximo. Sua voz, um verdadeiro clamor por justiça, ecoou em cada canto do planeta, inspirando a construção de pontes entre culturas e religiões”, ressaltou.

Recordando a visita apostólica do Papa Francisco a Moçambique, o Presidente de Moçambique sublinhou a relevância histórica e emocional daquele momento.

“A sua visita apostólica a Moçambique, em Setembro de 2019, permanece como um momento acarinhado na historiografia nacional. Chegando a Maputo em meio aos desafios da recuperação pós-ciclones e das tensões em Cabo Delgado, a sua presença foi um símbolo poderoso de esperança. O seu discurso no Palácio da Ponta Vermelha, onde exortou os moçambicanos a rejeitar a violência e a abraçar a reconciliação, galvanizou a nossa determinação colectiva em construir um futuro de paz”, detalhou.

Daniel Chapo concluiu a sua mensagem expressando solidariedade com os fiéis e fazendo um apelo para que o legado do Papa Francisco continue a inspirar e iluminar os caminhos de todos. E desejou que a fé e a esperança tragam consolo aos corações enlutados, e que a paz e a misericórdia de Deus estejam com todos.

Já o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse que com profunda tristeza que tomou conhecimento da notícia do falecimento do Sumo Pontífice, Papa Francisco.

“Trata-se de uma enorme perda para a Igreja Católica e para todos as pessoas imbuídas dos valores universais de humanismo, fraternidade, bondade e caridade”, lamentou.

Segundo o Presidente, o Papa Francisco permanecerá na memória colectiva como sendo um grande exemplo de humildade, de devoção, de fé e de humanismo.

“Foi um defensor acérrimo e consequente do direito de todos os povos à liberdade e ao bem-estar. Um promotor incansável do diálogo inter-religioso e da luta contra a pobreza, as desigualdades sociais e todos as formas de discriminação”, considerou.

Papa Francisco morreu esta Segunda-feira, 21, aos 88 anos de idade, vítima de doença, na sequência de uma bronquite e pneumonia.