Depois das vindimas, o lavar dos cestos não aliviou os viticultores do Douro. As uvas que ficaram nas vinhas são agora um peso para os produtores que não tiveram a quem as vender.

Um problema que António Correia este ano antecipou. Decidiu que era tempo de produzir o próprio vinho e é do lagar do avô que vai sair a produção mais especial. O produtor acredita na matéria prima e trata de fazer tudo à antiga neste lote especial para o valorizar. Ao todo vai produzir à volta de 33 mil litros de vinho.

“O timing certo era este, também temos um assessor que torna as coisas mais fáceis, se não vendermos o vinho também o podemos destilar, temos várias marcas de destilados, gins, vodkas, portanto, temos uma coisa fora do país, uma coisa muito bem montada, e isto é uma questão de rentabilizarmos tudo o que temos”, diz António Correia, viticultor.

O facto de António ser empresário e ter um hotel é um ponto de partida para as vendas que faz toda a diferença e não está ao alcance de outros produtores. Para as associações que os representam, o importante nesta altura de crise é não deixar desvalorizar os vinhos do Douro.

“Nós que temos que investir mais na promoção dos nossos vinhos, vinhos de mesa e vinhos do Douro, em particular, até porque o vinho do Douro há muitos anos que está a perder quota de mercado isto só se contraria com promoção, com marketing, com investimento na venda de ouro produto”, explica Rui Soares da Prodouro - associação de viticultores do Douro

O ministro da agricultura já fez saber que está sensível a esta questão e assim que o Orçamento do Estado entrar em vigor serão descativadas as verbas do Instituto da Vinha e do Vinho e do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto para a promoção que tanto se reclama no setor.