O índice bolsista global MSCI All-Country World Equity Index passou a terreno positivo na quinta-feira, em termos mensais. De uma perda acumulada de 0,8% no fecho de quarta-feira em relação ao final de agosto, o índice passou a um ganho acumulado de 0,6% em termos mensais, depois do encerramento em terreno positivo das sessões de quinta-feira da Ásia às Américas.

O ‘motor’ desta reviravolta foi a decisão da Reserva Federal (Fed), o banco central norte-americano, anunciada na quarta-feira em Washington, de um primeiro corte robusto de meio ponto percentual (50 pontos-base) na taxa diretora, cujo intervalo baixou para 4,75% a 5%.

Apesar de ter sido tomada com um voto contra na equipa de Jerome Powell e de ter recebido a crítica do candidato presidencial Donald Trump, que a considerou um favor político a Joe Biden e Kamala Harris, a descida pela Fed dos juros na maior economia do mundo veio reforçar a vaga de descidas que já envolveu quase meia centena de bancos centrais este ano e acalmar os mercados de ações.

No dia seguinte à decisão da Fed, o índice bolsista mundial registou uma subida diária de 1,6%, e os índices regionais fornecidos pela MSCI fecharam todos em terreno positivo, com ganhos de 1,7% para Nova Iorque, 1,5% para a Europa, 1,4% para a Ásia Pacífico e, mais modestamente, de 0,3% para a América Latina. A MSCI (Morgan Stanley Capital International) fornece uma bateria de índices bolsistas que servem de referência.

As bolsas que lideraram a onda verde de quinta-feira incluíram, à cabeça, o Nasdaq (subida de 2,7%) em Nova Iorque, seguido de Paris, Tóquio, Dublin, Hong Kong e Istambul.

No vermelho, não acompanhando o otimismo geral, fecharam na quinta-feira oito bolsas, com destaque para Lisboa (com o PSI a perder 0,5%), Moscovo, Telavive e São Paulo.

Em termos de variação mensal acumulada em setembro, ainda se encontravam no vermelho no final das sessões de quinta-feira, os índices relativos à Ásia e à Europa e um grupo de uma quinzena de bolsas por todo o mundo, com destaque para Amesterdão, Milão, Seul, Tóquio (a terceira maior bolsa do mundo), Viena e Zurique.

A saída mensal do vermelho destes índices depende do desempenho das bolsas esta sexta-feira.

A Ásia já fechou a sessão com um ganho de 0,6%, reforçando a tendência positiva. Tóquio liderou os ganhos, com uma subida de 1,7% do principal índice, o Nikkei 225, com os investidores asiáticos a reagirem positivamente à decisão esta sexta-feira do Banco do Japão em manter a taxa em 0,25%, suspendendo, para já, a trajetória de subida dos juros. Recorde-se que a subida dos juros para 0,25% a 31 de julho provocou um choque global nos mercados nas primeiras sessões de agosto, que foi o maior até à data este ano.

Na Europa, na abertura das bolsas pelas 8h (hora de Portugal), a trajetória era negativa, ao contrário do otimismo na Ásia. O índice regional MSCI Europa estava esta manhã abaixo da linha de água e Lisboa a negociar também em terreno negativo. Varsóvia e Berlim estavam a liderar as perdas.

A decisão de cortar os juros pela Fed não contagiou, contudo, outros bancos centrais importantes, O Banco de Inglaterra e o Banco da Noruega na quinta-feira e o Banco do Japão e o Banco Popular da China esta sexta-feira não mexeram nos juros.