
Centenas de cooperativas de países lusófonos encontram-se na capital brasileira com o objectivo de reforçar os laços entre países unidos pela mesma língua, a internacionalização das cooperativas, mas também identificar dificuldades e oportunidades.
Até Quarta-feira, Brasília é a capital do corporativismo lusófono, ao acolher a 3.ª Cimeira Internacional de Cooperativas de Língua Portuguesa, depois das duas primeiras edições terem sido realizadas em Portugal.
De Portugal vieram cerca de 30 cooperativas, participando ainda representantes de quase todos os países de língua portuguesa, além de 10 estados brasileiros e o Distrito Federal.
“Um mercado muito em extensão aqui é o mercado do vinho. As cooperativas portuguesas debatem-se com o excesso de armazenamento porque os preços são muito baixos e há aqui um desafio junto do Ministério da Agricultura de nós podermos importar vinho engarrafado de cooperativas, ser trabalhado com arte de artistas, rótulos de diferentes especialidades para aqui e ser vendido”, disse Paulo Jorge Teixeira, da Cooperativa de Solidariedade Social do Povo Portuense e mentor da cimeira.
Essa aposta, defendeu, tem de ser efetivada, até porque, “é um mercado de muito grande crescimento e de alta capacidade de pagar”.
Outra das ambições do responsável português é a criação da “Praça das Cooperativas”, uma rede de lojas físicas, no Brasil, e digitais, para comercializar produtos cooperativos de diversos países, promovendo o modelo cooperativo e novas fontes de financiamento.
Paulo Jorge Teixeira sublinhou também que podem ser reforçados os laços cooperativos em áreas como a saúde, relembrando o projeto, já em construção, de um hospital no Porto direcionado para a comunidade brasileira, inspirado no modelo das casas portuguesas no Brasil.
Por outro lado, o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal do Centro Oeste destacou a oportunidade estratégica de criar um ‘hub’ (ponto de concentração) logístico no Porto de Sines com capacidade e infraestrutura para receber ‘commodities’ e produtos industrializados brasileiros.
“Nós temos uma oportunidade em Portugal absurdamente grande de criarmos lá um hub no Porto de Sines, que nos oferece um porto extraordinário, moderno, com toda a infraestrutura já para acolher as ‘commodities’ brasileiras e não só as agrícolas, mas como de outros tipos e produtos industrializados também”, disse à Lusa Fernando Brites.