
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) é a terceira marca bancária que mais cresce a nível global, a uma taxa de 163%, no ranking anual da consultora Global Finance que analisa o valor das marcas bancárias no mundo. Em ternos de crescimento mais rápido, o ranking é liderado pelo neobanco Revolut, que regista um crescimento de 795% em 2025, seguido pelo brasileiro Nubank, que cresce a uma taxa de 195%.
No ranking que analisa as marcas bancárias mais valiosas em 2025, a CGD lidera os bancos listados a nível nacional, situando-se em 116º lugar. O Jornal PT50 tentou obter um comentário da CGD a este posicionamento, mas até ao momento não foi possível. As outras presenças portuguesas são o Millennium bcp (178º), o BPI (307º) e, com entrada pela primeira vez no ranking, o Banco Montepio (476º) e o Novo Banco (478º).
O valor total das 500 marcas bancárias mais valiosas do mundo aumentou 13% em relação ao ano anterior, atingindo 1,6 biliões de dólares, o que representa o primeiro aumento de dois dígitos em quatro anos, de acordo com o relatório da Brand Finance. Esta evolução segue-se a dois anos de crescimento lento de 2% do valor da marca e reflete a capacidade do setor bancário para manter a dinâmica, apesar da volatilidade do mercado, concluem os analistas.
“O ambiente de altas taxas de juros em muitas das principais economias, sem dúvida, impulsionou o crescimento dos valores da marca bancária, aumentando os lucros e os preços das ações em 2024. No entanto, o crescimento do valor da marca a longo prazo está a ser moldado por quatro tendências principais: regulamentação, inovação digital, uma mudança para a receita baseada em taxas sobre as margens de juros e um foco renovado na construção da marca para sustentar a vantagem competitiva”, refere Annie Brown, diretora de Avaliação da Brand Finance, em comunicado.
De salientar que o BCA da Indonésia mantém o seu título de marca bancária mais forte do mundo, com uma pontuação no Índice de Força da Marca (BSI) de 97,1/100 e uma classificação de elite AAA+. A classificação reforça a força crescente dos bancos locais e regionais, com muitos na Ásia e em África a destacarem-se na confiança dos clientes e na inovação digital, apura a análise.
China e EUA lideram ranking
As marcas bancárias chinesas continuam a dominar o ranking, com o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) a manter a sua posição como a marca bancária mais valiosa do mundo pelo nono ano consecutivo, crescendo 10% para 79,1 mil milhões de dólares. O China Construction Bank, o Agricultural Bank of China e o Bank of China completam os quatro primeiros lugares.
Face ao ambiente externo severo e complexo do ano passado, o megabanco chinês ICBC concentrou-se em serviços bancários para as suas cinco prioridades: financiamento tecnológico, financiamento verde, financiamento inclusivo, financiamento de pensões e financiamento digital, de acordo com o seu relatório de resultados intercalares de agosto de 2024.
Embora os principais bancos chineses continuem a ser fortes, os bancos mais pequenos do país têm-se debatido com dificuldades, tendo vários deles descido na classificação ou perdido valor de marca.
O top 10 dos bancos mais valiosos só tem bancos chineses e dos EUA. Integram este top também o Bank of America, o Chase, Weels Fargo, o Citi e o J. P. Morgan. O Bank of America manteve a sua posição como a principal marca bancária dos EUA pelo quinto ano consecutivo. Aumentou o valor da sua marca em 21% para 45 mil milhões de dólares. Mantendo a sua posição global de quinto lugar, está também entre as 10 principais marcas na banca de retalho, na banca comercial e na banca de investimento.
O Chase ultrapassou o Wells Fargo, alcançando o sexto lugar – a única alteração no posicionamento global do top 10. O Chase registou um salto de 23% no valor da marca contra o anémico aumento de 1% do Wells Fargo. O Citi e o J.P. Morgan mantiveram o oitavo e o nono lugares, respetivamente.
Europa recupera com Portugal a acelerar
Depois de vários anos de estagnação, as 125 marcas bancárias europeias que figuram no top 500 registaram um aumento agregado de 24% no valor da marca, o maior aumento regional. “Trata-se de uma reviravolta impressionante em comparação com o crescimento de 2,4% registado na classificação do ano passado”, referem os analistas.
A maioria dos bancos da região registou um crescimento sólido – apenas 18 dos 118 que figuram na classificação de 2024 registaram uma queda no valor da marca.
Na tabela de países, o Reino Unido ultrapassou o Canadá e ficou em terceiro lugar, com um aumento de 27% no valor total da marca, enquanto Portugal registou o maior aumento (123%) dos 50 principais países, acrescentando dois novos bancos, o Banco Montepio e o Novo Banco.
O HSBC continua a ser a maior marca bancária da Europa, posição que mantém há mais de uma década, e ocupa o 11º lugar na classificação global. O banco britânico, que celebra este ano o seu 160º aniversário, aumentou o valor da sua marca em 39%, para 27,8 mil milhões de dólares. Está também no top 10 das marcas da banca comercial e da banca de investimento.
Após um hiato de seis anos, o Deutsche Bank está novamente entre as 50 principais marcas bancárias, subindo 14 lugares para o 48º lugar. Aumentou o valor da sua marca em 47%, para quase 8 mil milhões de dólares, a terceira maior taxa de crescimento entre as 50 maiores.
Bancos digitais ganham reputação
Os bancos digitais estão agora a ver os benefícios de anos de investimento na construção das suas marcas. O neobanco Revolut é a marca bancária que regista o crescimento mais rápido a nível mundial, com um aumento de 795% no valor da marca para 1,9 mil milhões de dólares, impulsionado pelo investimento em marketing, pela expansão da clientela e pela entrada em novos mercados. Já o Nubank cresceu 195% para uma valorização de 4,0 mil milhões de dólares.
Segundo a análise, o Nubank do Brasil subiu 83 posições para o 90º lugar, entrando no top 100 pela primeira vez. É agora a quarta maior marca bancária da América Latina, expandindo rapidamente a sua base de clientes no mercado interno, bem como na Colômbia e no México.
Entrando no top 500 pela primeira vez há apenas dois anos, a Revolut está agora na 144ª posição. Saltou 327 lugares devido ao forte crescimento das receitas e à expansão da clientela, bem como à melhoria da classificação da força da marca de A+ para AA. O banco obteve ganhos graças a um investimento significativo em marketing e à sua campanha “Future of Money”, que foi lançada em 17 mercados e abrangeu televisão, imprensa, redes sociais, rádio e canais fora de casa.
Em 2024, a marca investiu fortemente para tornar o Revolut um nome familiar através de várias campanhas de marca em grande escala, uma forte presença nos principais centros de viagens e envolvendo grandes eventos de consumo em França, Espanha, Reino Unido e Hungria. No ano passado, o neobanco organizou o “The Revolutionaries”, um evento marcante para celebrar os seus 50 milhões de clientes
Noutro salto meteórico, o banco digital holandês bunq entrou pela primeira vez no ranking, ocupando o 309º lugar e juntando-se aos pesos pesados nacionais ING, Rabobank e ABN Amro. O banco organiza eventos ao vivo para revelar as suas últimas funcionalidades. Utilizadores de toda a Europa deslocam-se a Amesterdão para assistir às atualizações. A campanha de maior sucesso do bunq em 2024 foi o lançamento de uma taxa de poupança de bónus de 3,36% para novos clientes em julho.