"Este tipo de acordo destina-se à facilitação de investimento privado", explicou Carla Grijó, embaixadora da UE em Cabo Verde, durante o fórum de investimentos que arrancou na quarta-feira e termina hoje, na ilha do Sal, com um dia dedicado às parcerias com a Europa.

"O primeiro acordo deste tipo foi assinado com Angola, é por enquanto o único que existe, mas há já um conjunto de países africanos que manifestaram interesse" no instrumento de "facilitação dos investimentos", incluindo Cabo Verde, referiu.

Trata-se de um acordo que visa "criar mecanismos" para os investidores terem "canais de comunicação eficazes para resolver os problemas concretos que possam surgir durante os processos de investimento".

Estão previstas reuniões numa comissão mista, que será constituída após a assinatura do acordo, agilizar iniciativas de diferentes agências para a criar "uma espécie de janela única, onde o os investidores possam encontrar toda a informação de que necessitam".

"Já existem, em Cabo Verde, entidades a quem os investidores podem recorrer, mas esta é uma forma de pôr tudo em articulação e com pontos focais".

"É uma boa forma de haver um 'feedback' da economia real para as políticas públicas que que têm de dar resposta a esses a esses desafios", detalhou Carla Grijó.

O primeiro passo foi dado, a manifestação de interesse pelo lado do Governo de Cabo Verde, seguindo-se uma resposta da Direção-Geral de Comércio da UE para o processo avançar.

O processo pode demorar ainda demorar algum tempo até se chegar ao acordo: "Estarei a ser otimista, mas diria que é mais uma questão de meses do que anos. Por um lado, já existe a experiência do acordo concluído com Angola" não há "discussão sobre financiamentos, o que torna também a negociação mais ágil. É, sobretudo sobre mecanismos, formas de facilitar o investimento", ou seja, "abrir portas".

Cabo Verde esta a tentar atrair mais investimento europeu nas áreas digitais, da economia azul e energias renováveis, diversificando a atividade além do turismo.

Aquelas áreas chave concentram o pacote de investimentos Global Gateway da UE em Cabo Verde, orçado em 344 milhões de euros, anunciado em setembro e em implementação, prolongando-se pelos próximos anos.

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