Está a ser "moderado" o impacto da greve dos trabalhadores da Menzies, empresa que presta assistência em terra nos aeroportos portugueses, e esta segunda-feira não houve qualquer cancelamento na sequência da paralisação dos trabalhadores, avançaram ao Expresso fonte oficial da ANA e da empresa de handling. A Menzies tem 2800 trabalhadores sem termo e 1000 a prazo.

A concessionária dos aeroportos portugueses atribui as perturbações de domingo ao desvio de voos devido às difíceis condições meteorológicas no Aeroporto Internacional da Madeira, condicionado desde sábado devido ao vento forte, e já estabilizadas esta segunda-feira.

A greve dos trabalhadores da Menzies vai prolongar-se até às 24h de quinta-feira, dia 26 de dezembro, e é efetuada em módulos de duas horas nas entradas e/ou saídas dos turnos. A paralisação dos trabalhadores, que a empresa diz estar a ter pouca adesão, visa reivindicar melhores condições salariais e de trabalho.

A Menzies tem um salário médio a rondar os 1700 euros brutos por mês, avançou a empresa recentemente em audiência parlamentar. E o valor base de entrada fixo, pago a 14 meses, é 950 euros.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), que convocou a greve, exige, segundo a Lusa, que a Menzies acabe com a existência de vencimentos base inferiores ao valor do salário mínimo nacional (820 euros em 2024) e cumpra o pagamento das horas noturnas pelo valor previsto no acordo de empresa.

Sindicato quer melhorias, Menzies diz que está a trabalhar nisso

Na origem do protesto está também a ausência de resposta da empresa a questões como a falta de transportes a algumas das horas em que turnos começam e acabam e à necessidade de que os trabalhadores paguem o parque de estacionamento quando levam o carro próprio. Uma situação que se agudizou depois de a TAP ter acabado com um espaço que era usado como parque e que irá ser usado para ampliar o espaço de hangares.

A Menzies, assegura fonte oficial, tem estado a trabalhar para melhorar as condições de trabalho, não obstante ter acabado de sair de um processo de insolvência, e ainda com 40 milhões de euros em créditos por pagar (nenhum deles a trabalhadores). A empresa diz que passou a pagar 30 euros de subsídio de transportes para trabalhadores em regime regular e 75 euros para quem trabalha por turnos.