Paris 2016, Porto 2019 e agora - e para sempre - Munique 2025! Portugal chega ao terceiro troféu da sua história ao bater a Espanha, após prolongamento e penáltis, na final da Liga das Nações. É a nossa imortal nação a primeira a bisar na competição!

Num duelo ibérico de grandes emoções, frente a uma seleção invicta há 24 jogos oficiais e campeã da Europa em título, Portugal conseguiu reagir à desvantagem em dois momentos diferentes para no fim alcançar aquilo que se propôs a fazer.

Mais uma para o museu @Getty /

Para a história ficará a monumental exibição de Nuno Mendes, o golo de Cristiano Ronaldo - primeiro quarentão a marcar numa final de seleções -, e o penálti decisivo de Rúben Neves. Momentos inolvidáveis para qualquer que os tenha testemunhado.

A sociedad a complicar a vida

Ambiente de final na Allianz Arena, com os adeptos portugueses a revelarem-se o grupo mais barulhento e bem disposto desde bem antes do pontapé de saída. O início da partida serviria de confirmação de que havia de facto vários milhares de alemães no reduto - os assobios a Cucurella, odiado na Alemanha desde o último Euro, foi a prova.

Em campo, 22 dos melhores jogadores do planeta colocaram-se frente a frente. Talvez seja uma ligeira hipérbole, mas quase todos os atletas em campo poderiam receber aquele rótulo de «classe mundial». Nível técnico elevadíssimo de ambos os lados e em todas as posições, sendo que só um olhar pelos médios podia levar os adeptos a fazer o requerimento de que, só desta vez, se jogasse com duas bolas.

Bascos deram a vantagem a Espanha por duas vezes @Getty /

E o jogo correspondeu às expectativas que estavam criadas, mas talvez não da forma que os portugueses desejassem. Portugal foi competente em momentos, mas teve menos bola e também por isso acabou por ceder mais empates ao adversário que conseguiu por duas vezes, em lances de muita confusão, superar Diogo Costa.

Marcou uma dupla de jogadores da Real Sociedad. Primeiro Martin Zubimendi aos 21 minutos, num lance em que João Neves tem um corte infeliz, e depois Mikel Oyarzabal, mesmo em cima do intervalo, com um desvio atabalhoado após uma belíssima assistência de Pedri. Ambos os lances geraram protestos: o primeiro por aparente fora de jogo (VAR discordou) e o segundo por alegada falta sobre Bernardo Silva no início do lance.

Um gigantesco Nuno Mendes

É certo que jogo ainda estava mais do que vivo, já que, pelo meio desses dois lances, Nuno Mendes fez um grande golo - o seu primeiro pela seleção! Já tinha sido o melhor em campo no jogo da meia-final e eis que apareceu novamente nas decisões. E não ficaria por aí!

Noite previa-se difícil, mas Nuno Mendes brilhou. @Getty /

Esperava-se uma noite difícil para ele no duelo direto com Yamal, mas eis que o lateral esquerdo do PSG, cada vez mais evidentemente o melhor do mundo na sua posição, ainda juntou uma assistência à exibição. Foi ele quem driblou o tal adversário direto e cruzou para que Cristiano Ronaldo aparecesse à boca da baliza para fazer o 2-2, aos 60 minutos de jogo. Mais um golo do capitão quarentão, mas o primeiro numa final de seleções.

Após novo empate, a Espanha voltou a agarrar a posse de bola, mais até do que tinha feito no primeiro tempo, mas não conseguiu transformar isso em oportunidades flagrantes, com Portugal a fechar melhor os espaços centrais. A maior chance foi um remate de longe de Isco - primeira internacionalização desde 2019 - travado pelo guarda-redes luso. Do outro lado, Bruno Fernandes assustou numa bola parada.

Um claro impasse neste duelo entre duas nações que nem sempre se deram bem, mas que já levam alguns séculos a negociar tratados. Como tal, seguiu-se o prolongamento e uma primeira parte marcada por mais um brilhante lance de Nuno Mendes, com dribles sobre vários adversários antes de cair na área. Muitos protestos lusos, mas não pareceu justificar penálti.

Esta é de Portugal!!!

Houve, além desse bom lance que referimos, mais um par de transições promissoras de Portugal. Rafael Leão começou mexer mais com o jogo e Nélson Semedo também teve uma boa chance num lance iniciado, uma vez mais, pelo lateral do outro lado. Na segunda parte, ainda assim, o jogo voltou a mudar para uma versão mais favorável aos espanhóis.

A seleção portuguesa fez a festa em Munique! @Getty /

Nenhuma das investidas da roja trouxe real perigo e Portugal teve direito à última posse do jogo. Podia ter sido esse o lance decisivo, até porque Rúben Dias colocou uma boa bola na área, mas o cabeceamento do recém-entrado Diogo Jota saiu por cima e logo de seguida Sandro Schärer deu o último apito. Penáltis.

A decisão de que o desempate seria na baliza dos adeptos portugueses trouxe um vulcânico grito de celebração, mas nada comparado com o que se seguiu. Enquanto o capitão espanhol (Álvaro Morata) não conseguiu bater Diogo Costa, todos os cinco portugueses marcaram, desencadeando o grito de todos os portugueses...

Em solo português, na alemão e por todo o lado onde houver uma alma que se sinta lusa: Portugal é o vencedor da Liga das Nações!