Alcançado o topo do campeonato, o Benfica não facilitou e carimbou um importante e seguro triunfo diante do Tirsense (0-5). Perante um adversário que compete três degraus abaixo, as águias entraram com toda a seriedade exigida e deram um passo firme rumo à final da Taça de Portugal. Apesar do esforço bem evidente dos anfitriões para esbater a diferença de valores, o clube da Luz alavancou uma vantagem praticamente impossível de ultrapassar no jogo da segunda mão.

Tal como se augurava na antevisão para uma luta que se adivinhava desigual, não foi de admirar as escolhas de Emanuel Simões e Bruno Lage. Apostado em dificultar a vida das águias ao máximo, o técnico dos jesuítas manteve a espinha dorsal da equipa e modificou o plano em relação à derrota contra o USC Paredes com as entradas de Júnior Franco e Alex Reis.

Do lado oposto, as mudanças foram significativas, como já se esperava. Das oito mexidas promovidas, destaque maior para as estreias absolutas a titular de Adrian Bajrami e João Rego na equipa A. De resto, vários regressos naturais e já vistos para a Liga Portugal Betclic: Amdouni, Schjelderup, Dahl ou Belotti, Barreiro ou mesmo Leandro Santos.

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Naturalmente mais próximo da baliza de Tiago Gonçalves desde o primeiro minuto, cedo se percebeu a seriedade com que o Benfica ia encarar o desafio. Amdouni e Leandro Santos procederam às primeiras amostras de algum perigo, perante um Tirsense sem medo de espreitar eventuais subidas ao último terço, mas sem dúvida a privilegiar a coesão de defensiva e a tentativa de controlar da largura com uma linha de cinco sem bola.

Quebrar a resistência e impôr a lei

Com o tridente do meio-campo - Júnior Franco, Bruno Carvalho e Daniel Rodrigues - sempre muito solidários com o setor mais recuado e disposto a combater os tempos e circulação conferidos por Florentino e Leandro Barreiro, o emblema do distrito do Porto resistiu até aos 16'. Depois de várias ameaças junto à linha, Samuel Dahl foi capaz de infiltrar-se na área jesuíta e, na tentativa de servir Belotti e companhia, obrigou João Pedro a empurrar para a própria baliza.

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O efeito anímico sentido a cada bola dividida ganha da reta inicial rapidamente esmoreceu em prejuízo dos anfitriões e o crescimento encarnado foi um sintoma natural disso mesmo.

Anteriormente também muito ativo uns metros à frente de Dahl, Schjelderup descortinou o caminho para o 0-2: com um centro a meia altura, o extremo norueguês encontrou João Rêgo no coração da área. No timing ideal, o jovem formado nas águias concluiu friamente para o segundo, consumou a estreia a marcar pelo Benfica e deixou tudo ainda mais fácil.

Até ao descanso, a tendência encarnada não se alterou, nem tampouco as escassas ocasiões do Tirsense em conseguir montar uma jogada de perigo.

Estreias, regressos e a sentença final

No regresso dos balneários, Emanuel Simões procedeu à entrada de André Fontes por Gonçalo Cardoso, mas o jogo pouco agitou apesar de um ligeiro crescimento jesuíta no sentido da baliza de Samuel Soares.

Em modo gestão com as entradas de Arthur Cabral, Prestianni e Tiago Gouveia - de regresso à equipa A após lesão prolongada -, não tardou até que os recém-entrados sentenciassem de vez o desafio. Há um minuto em campo, o baixinho argentino colou a bola ao ângulo da baliza de Tiago Gonçalves após mais um passe decisivo de Schjelderup.

Pouco depois, Cabral voltou aos golos - não marcava desde janeiro - com um fuzil de primeira após centro de Gouveia e, com quase 20' até ao final da partida, o grande destaque foi para os minutos dados a Nuno Félix e Joshua Wynder - estreia absoluta pelas águias. Ainda assim insatisfeito, Prestianni voltou a abrir o livro e cedeu a Schjelderup a oportunidade de fechar o resultado numa mão cheia de golos.