
Serena Williams foi mãe em 2017 e 2023 e, desde então, tem lutado para reduzir o peso que ganhou nas gestações. A admissão foi feita pela própria à revistaPeople na semana passada após ter perdido cerca de 14 quilos desde o início de 2024. Mas é a forma como o conseguiu que está a gerar polémica e debate.
A ex-tenista admitiu ter recorrido a um tratamento para emagrecer após ter tentado, sem sucesso, as tradicionais formas de perder peso: desde a dieta rigorosa ao exercício físico. Em causa estão medicamentos agonistas do recetor da GLP-1, uma "hormona fisiológica com múltiplas ações na regulação do apetite e da glicose, bem como no sistema cardiovascular e nos rins", como indica a Agência Europeia de Medicamentos.
O tratamento de emagrecimento da empresa de telessaúde Ro integra uma classe terapêutica específica, a classe dos agonistas dos recetores GLP-1 (semaglutido, dulaglutido, liraglutido e exenatido), onde se inclui também o Ozempic, desenvolvido para tratar a diabetes tipo 2, mas que também tem sido usado por não diabéticos para perda de peso.
“Nunca consegui chegar ao peso que precisava, não importava o que eu fizesse, não importava o quanto eu treinasse”, disse a atleta, de 43 anos.
Williams garantiu ainda que "estava a fazer tudo bem", mas o "corpo não estava a responder da mesma forma".
Assim, depois de amamentar o segundo filho, a estrela do ténis iniciou os tratamentos com Ro.
Em Portugal, apenas os médicos das especialidades de endocrinologia e nutrição, medicina interna, pediatria e medicina geral e familiar estão autorizados a prescrever sensores de monitorização da glicose intersticial e medicamentos da classe dos agonistas dos recetores GLP-1 (semaglutido, dulaglutido, liraglutido e exenatido), aplicando-se esta regra aos medicamentos injetáveis e sensores para o tratamento da diabetes.
Williams diz que "dores nas articulações" influenciaram decisão
As injeções eram semanais e deram o resultado pretendido, mas Williams quis, ao mesmo tempo, reforçar a aceitação e amor-próprio.
“A perda de peso nunca deve mudar a sua autoimagem”, disse à People. E acrescentou: “As mulheres frequentemente sofrem julgamentos sobre os seus corpos, independentemente do tamanho, e isso não é novidade para mim. Então, acredito que você deve amar-se, independentemente do tamanho e da aparência.”
A atleta justifica a decisão com as "dores nas articulações e em outras áreas" do corpo que sentia "só por causa do peso extra", tendo sido esse um dos principais motivos para querer perder peso.
"O tamanho que eu tinha antes não tinha nada de errado . Simplesmente não era o que eu queria ter. Eu só sabia que queria estar onde eu me sentisse confortável ", concluiu.
A startup que tem 'dedo' do marido
Para promover o emagrecimento (e o medicamento), a campeã protagonizou uma campanha, figurando-se como embaixadora, da startup Ro, onde o marido Alexis Ohanian é investidor e integra a direção. Ou seja, ao fazer referência à startup, Williams está não só a apoiá-la, mas também a contribuir para a monetização da perda de peso, beneficiando indiretamente dessa monetização por via do marido.
A decisão da ex-atleta de usar este tipo de medicamentos dividiu os fãs, com muitos a criticarem esta escolha por promover a magreza em detrimento de um corpo saudável, tenha este o peso e tamanho que tiver.