
A Seleção Nacional apurou-se para o 4.º Campeonato da Europa consecutivo, após um triunfo frente à Polónia em Odivelas, num jogo em que o capitão Rui Silva celebrou a 150.º internacionalização nos Heróis do Mar.
"É muito especial para mim. É óbvio que quando comecei ambicionava um dia chegar à Seleção, e agora passado 150 jogos, sinto-me muito feliz, muito contente e ainda com vontade, com muita vontade para dar mais. Acredito que ainda tenho um percurso, e temos todos juntos um percurso muito bonito ainda por fazer, e escrever mais capítulos desta história do andebol português", sublinhou o central do FC Porto, de 31 anos, após o triunfo em Odivelas.
"Ano após ano, ainda me sinto jovem, ainda sou jovem! É óbvio que me deixa muito feliz saber que fiz parte desta nova página de voltar às grandes competições, fico muito feliz por ainda estar aqui, mas lá está, acho que é um trabalho diário, tanto individual como coletivo, sinto-me muito bem aqui, temos um grupo muito bom, e agora, lá está, é preparar o próximo Europeu, que eu sei que é o mais importante, e ano após ano vamos ver", destacou Rui Silva.
"O facto de ter chegado cedo à Seleção ajuda, mas é óbvio que tenho atletas mais velhos aqui que eu, mas é muito bom estar aqui, muito bom ver esta nova geração e estes atletas a chegar, e tentar-lhes passar esta ambição e esta forma de estar que nós temos vindo a ter ao longo dos anos, e agora é continuar a trabalhar", observou Rui Silva, olhando para um passado em que a Seleção não marcava presença nas grandes provas.
"É óbvio que o início foi duro, foi duro saber que Portugal não vinha. Mas acho que também é nas dificuldades que se vê os grandes homens, os grandes atletas. Acho que provámos todos, desde o staff, o treinador, àqueles que há mais tempo estão aqui, e também procurámos passar essa mensagem a quem entra agora, porque nem tudo foi um mar de rosas, houve caminhos difíceis, e lá está, é preciso passar essa mensagem, que foi difícil, estamos aqui, e que o grande objetivo é continuar, mas não podemos parar", atirou Rui Silva, que rejeita que a conquista de uma medalha no Euro'2026 seja o grande objetivo.
Também procuramos passar a mensagem a quem entra agora, que nem tudo foi um mar de rosas e que houve caminhos difíceis
Rui Silva
Capitão da Seleção Nacional
"Acho que não há necessidade de entrarmos por aí. Temos-nos vindo a propor a grandes objetivos, o nosso grande objetivo foi sempre fazer melhor do que aquilo que já tínhamos feito, e é assim que vamos entrar no próximo europeu, melhorar o 6.º lugar de 2020, e tudo o que vier, é óbvio que nos deixa felizes, mas sem a necessidade de nos focarmos só nas medalhas", defendeu Rui Silva, agora já habituado a celebrar apuramentos.
150
jogos"É bom sinal haver este hábito e esta regularidade de apuramentos. Nós próprios que estamos aqui há alguns anos já sentimos um bocado isso, não vamos fugir a isso, mas lá está, gostávamos sempre de festejar um bocadinho, conseguimos mais uma qualificação, e isso é o mais importante", disse o central, abordando o papel de capitão.
"É um dos meus papéis e algo muito importante é a mensagem transmitida, tanto por mim como aqueles que estão aqui há mais tempo. Procuramos muito que esses jogadores mais jovens sintam isso, porque nem tudo é fácil na vida, no desporto também não, e sem trabalho, sem dedicação, sem uma ambição muito grande, nada vai acontecer, e é óbvio que as pessoas têm que saber que já há momentos duros, e que nós também, como aqueles que estão aqui há mais tempo, procurar deixar as coisas minimamente bem para aqueles que chegam e para aqueles que aí vêm, porque lá está, acho que é importante o andebol manter-se neste nível, tem qualidade para isso, e nós também temos um papel importante", afirmou Rui Silva.