Após o regresso às vitórias frente à UD Oliveirense, Ricardo Silva disse que "o mais importante" foi o que os seus homens fizeram logo de início: "o mais importante foi aquilo que a equipa fez desde a primeira hora. Desde o segundo minuto, talvez, porque a UD Oliveirense criou uma oportunidade de golo boa, quiçá a melhor de todo o jogo. Acabamos por, a partir daí, agarrarmos o jogo e paulatinamente ganhar confiança dentro do mesmo".

"Chegámos algumas vezes com perigo à baliza adversária, fomos tremendamente eficazes nos golos que fizemos. O que é certo é que fomos mais equipa naquilo que era o fecho dos espaços e o transitar bem. Não tivemos a capacidade para guardar a bola como queríamos, como normalmente fazemos e quando estamos à procura de oportunidades. O que é certo é que o jogo também levou a isso. O adversário com mais capacidade para montar o seu ataque posicional e nós a termos de defender em bloco mais intermédio. Criamos situações importantes para poder ampliar a vantagem, algumas mais claras do que outras", analisou desta forma taticamente a partida.

Depois, o treinador pacense falou sobre as oportunidades de ambas as formações: "aproximações [da UD Oliveirense] na 1ª parte, pouco ou nada me recordo a não ser essa no início. Na 2ª parte já não foi bem assim. Recuamos mais o nosso bloco, não porque quiséssemos, até porque a nossa intenção era claramente ter mais bola e não conseguimos tê-la. A nossa primeira decisão na transição mediante pressão nunca foi boa, foi sempre precipitada a tentar ligar o jogo para a frente. Isso acabou por nos tirar poder e não chegar ao 3-0 para matar o jogo. No entanto, tivemos as nossas oportunidades: recordo-me do Pavlic, do Lumungo, eventualmente a do Marcos [Paulo] também muito boa que levou a uma grande defesa do Macedo. Acho que o resultado é justo. Podia cair aqui um 3-1 consoante aquilo que a UD Oliveirense fez na 2ª parte, tiveram ali uma ou duas oportunidades melhores, mas acho que o P. Ferreira hoje foi mais equipa. Uma equipa com mais ideias, digamos assim, e os jogadores estão de parabéns".

Relativamente às expectativas de que o P. Ferreira poderia estar mais acima na tabela classificativa, Ricardo Silva refreou essas vozes e recordou o percurso evolutivo na temporada transacta: "as expectativas de todo o país e daquilo que é o futebol na 2ª liga, leva sempre a que o P. Ferreira ande a lutar para subir de divisão. Na 2.ª liga ainda é muito cedo para tirar ilações, é óbvio. Evidentemente que chegaram aqui um punhado de jogadores que, uns por falta de conhecimento do jogo daquilo que é a nossa lógica de o pensar e outros por se adaptarem ao futebol profissional, por isto tudo imbuído nas expectativas demasiado altas, porque o nosso clube exige isso, a história do nosso clube exige isso, acaba por condicionar, às vezes mentalmente, um ou outro jogador e a equipa fica mais frustrada. O que é certo é que já o ano passado aconteceu isto e nós fizemos uma caminhada de trás para a frente e fizemos uma prova espetacular".

Por fim, o técnico abordou como crê que esta 2.ª liga se vai desenrolar: "este ano espero que assim seja, mas esta 2ª liga vai ter características diferentes da do ano passado e onde os lugares de subida e de descida vão estar muito próximos, na minha perspetiva. Estes sete jogos têm ditado isso, que vai ser uma densidade pontual muito forte e, obviamente, queria ter mais pontos, mas quem sabe daqui a três ou quatro jogos não somos nós a viver um momento completamente diferente. Mas isso já é futurologia e o importante agora é descansarmos e treinarmos".