Portugal aborda o Europeu de hóquei em patins como uma oportunidade para reconquistar o título nove anos depois, assumiu o avançado Rafael Bessa, diluindo a pressão nacional por atuar em casa e andar arredado dos êxitos.

"Temos perfeita consciência desse hiato, da responsabilidade de representar Portugal e do peso histórico do país na modalidade. Agora, nunca vamos trabalhar com esse tipo de pressão em cima dos ombros. Sabemos que temos de ganhar, mas encaramos o Europeu como uma oportunidade de reconquistar o título e não com uma pressão gigante, que pode ser até contraproducente", disse à agência Lusa o jogador do Sporting, de 24 anos.

Entre 1 de 6 de setembro, Portugal vai organizar a 56.ª edição do Europeu, em Paredes, estando integrado no Grupo A, ao lado da Itália, da França e da tricampeã Espanha, adversários que enfrenta nos três primeiros dias, no Pavilhão Multiusos Rota dos Móveis.

Na fase seguinte, que vai definir a classificação dos oito finalistas, o conjunto das quinas começará por enfrentar uma das quatro seleções da 'poule' B, formada por Alemanha, Áustria, Andorra e Suíça, em 4 de setembro, visando o acesso à luta pelas medalhas.

"Soubemos muito cedo das datas do Europeu e tivemos a oportunidade de descansar depois de uma época exigente e com muitos jogos. Agora, trata-se de reajustar toda a nossa capacidade e estas semanas servem para isso", lembrou Rafael Bessa, na sequência do nono dia de estágio no Luso, que precede um torneio preparatório em Cerdanyola, na Catalunha, entre 21 e 24 de agosto, frente à seleção local, à Itália e à França.

Anfitrião pela 15.ª vez, e terceira em Paredes, após 2012 e 2021, Portugal é o país mais titulado na história do Europeu, com 21 troféus, contra 19 da Espanha, mas já não vence desde 2016, numa edição realizada em Oliveira de Azeméis, somando ainda 15 medalhas de prata e nove de bronze.

"Temos o fator casa, que acarreta sempre alguma responsabilidade, mas nunca pressão. Estamos a trabalhar para chegar bem e no pico da performance à competição. Temos a Golden Cat e mais algumas semanas para desenvolver as nossas capacidades técnicas, táticas e mentais e as dinâmicas de grupo, de forma a chegarmos bem oleados", desejou.

À procura da primeira internacionalização pelas seleções nacionais, Rafael Bessa foi uma das cinco novidades promovidas pelo técnico Paulo Freitas face ao Mundial de 2024, em Itália, onde Portugal foi quarto classificado e falhou o pódio pela primeira vez em 17 anos.

"Ainda me estou a adaptar um bocadinho à dinâmica de seleção e à convivência com colegas com quem nunca tinha tido a oportunidade de partilhar balneário. Acima de tudo, tenho duas sensações: estou muito feliz por cá estar e com o peso da responsabilidade de representar Portugal e fazer o trabalho bem feito para conquistarmos o título. Estamos muito ansiosos para iniciar a competição", transmitiu.

O avançado espera replicar as características exibidas pelo Sporting, ao serviço do qual conquistou a Taça de Portugal em 2024/25, já depois da Liga dos Campeões na época anterior, volvida uma Taça Continental com o Valongo, único clube da sua formação, que representou a nível sénior entre 2017 e 2023.

"Foi esse trabalho que me fez chegar aqui, seja pela presença e intensidade que tenho nos momentos defensivos ou quando dou alguma velocidade ao jogo, capacidade de finalização e versatilidade. Depois, tentarei adaptar-me um bocadinho às capacidades dos meus colegas e, fora da pista, posso trazer algum espírito animador e jovialidade para tentar com que a dinâmica de grupo seja boa, sempre com o objetivo de fazer o melhor para chegarmos bem ao Europeu e estarmos felizes a 6 de setembro", afiançou.