
Paulo Pereira lidera a Seleção Nacional de andebol há oito anos e depois de algum tempo conseguiu lançar definitivamente Portugal na rota dos grandes palcos. Em Odivelas, selou mais uma presença no Europeu.
«Queríamos ganhar por um, ganhámos por seis, temos mais cinco a favor. Foi extraordinário. Nós respeitamos muito as pessoas, contamos muito com as pessoas e temos mais de toda a gente. Tivemos ali crianças a jogar e a fazer coisas espetaculares. Uma entrega total. Portugal tem de estar agradecido», começou por dizer o selecionador.
«Eu recordo-me quando o futebol se apurou com seis vitórias sem nenhuma derrota, com muito mérito, nós também o fizemos no Europeu anterior e agora, neste Europeu, ainda não perdemos e estamos apurados ao fim de quatro jornadas. Ainda faltam mais duas. Não conseguimos é fazer como o futebol faz, e muito bem, com marketing, de publicitar os seus feitos gloriosos», lamentou.
À sua volta, os jogadores vão passando, dando autógrafos. «Para nós é o segundo Europeu nestas condições para o qual nos qualificamos e isto podia ser um orgulho de Portugal, uma vez mais. Sou o maior fã deste grupo, fazem as coisas de forma tão inteligente», elogiou o treinador.
Esta vai ser a quarta fase final consecutiva de um percurso de sucesso que poucos imaginariam. «Quando eu comecei, algumas pessoas diziam-me 'tu arriscas demasiado', mas eu não consigo conceber a vida sem algum risco, não tem piada. Na verdade são cinco Europeus consecutivos porque já estamos qualificados para o Euro2028 porque organizamos. Se eu imaginava? Sempre imaginei coisas ambiciosas, tento arrastá-los comigo e eles deixam-se arrastar o que torna as coisas mais fáceis para mim e tem sido espetacular esta viagem», revelou.
Sobre as muitas ausências de caras habitualmente titulares, o selecionador desvaloriza. «Aqui não há equipas B. Quem está a jogar são as nossas primeiras opções. Foi extraordinária a resposta deles. O Gabriel, o João fez coisas difíceis de explicar, a entrega do Gil, grato ao Daymaro, que já não tem 18 anos... E aos que estão sempre, ao Rui Silva, ao Areia, ao Portela... A todos. Tinha de dizer os nomes todos. É um orgulho fazer este caminho com eles», repetiu.
E acrescenta que não há filhos e enteados nas opções e que estas são conscientes e sem polémicas. «Tivemos nove lesionados, alguns lesionados, outros a recuperar e outros em risco de aumentar essas lesões. Entendemos perfeitamente a cautela que os clubes têm em determinados momentos e temos de estar solidários com eles porque eles também são solidários com a Seleção quando precisamos», disse.
«Havia uma hipótese do Martim Costa recuperar enquanto estava a fazer tratamento, tal como o Salvador Salvador, o Miguel Martins fez uma luxação e ele queria jogar, veio para Portugal, mas a médica disse que nem pensar em arriscar porque o mínimo problema podia retirá-lo da competição semanas ou meses. Não foi possível. O Fábio Magalhães está com um joelho que parece de um hipopótamo...»
Quanto à manutenção destes atletas mais experientes para o Europeu, Paulo Pereira disse «que falta ainda muito tempo» e que será preciso esperar para ver, mas que tem a certeza que «os atletas estão sempre prontos».