Portugal chegou a liderar no último dia a 42.ª ESGA Team Cup e esteve aí uns 20 minutos ou meia hora a liderar os 23 países que competiram no Europeu de equipas (net) da Associação Europeia de Seniores de Golfe (ESGA), que a Associação Espanhola de Seniores de Golfe (AESG) organizou, com o apoio do Golftattoo, no El Rompido Resort, nos arredores da cidade andaluza de Huelva.

A equipa capitaneada por Jorge Batista Ferreira - que no último dia teve de renunciar enquanto jogador, devido a uma lesão no antebraço direito - defendia o estatuto de vice-campeã, alcançado nas duas últimas edições, em Portugal (Óbidos) e na Islândia, mas, desta feita, teve de contentar-se com um honroso 4.º lugar, entre 23 países.

A seleção net de mais de 55 anos da Associação Nacional de Seniores de Golfe de Portugal (ANSGP) participou com os jogadores Jorge Batista Ferreira (capitão), Gilberto Kaneko, João de Deus Jacinto da Silva, Leonel Seixas, Paulo Paiva Lopes, Steven Marsh.

Portugal totalizou 400 pontos, após voltas de 120, 139 e 141, com destaque para esta última volta, que foi a melhor da jornada e a segunda melhor de todo o torneio. Só a Bélgica com 142 no segundo dia fez melhor.

O Europeu net de +55 anos foi conquistado pela Suécia, com 404 pontos, após voltas de 130, 134 e 140. O agregado foi igual ao da Islândia (140+129+135), mas o sistema de desempate foi o melhor resultado da última volta e isso deu o triunfo aos escandinavos.

"Foi um torneio muito disputado. Começámos este campeonato no 14.º lugar. No segundo dia, à boa maneira espanhola, fizemos uma 'remontada' para o 6.º lugar. Para o último dia, sabíamos que poderíamos lutar pelo 1.º lugar, porque é o que acontece todos os anos e este ano não poderia ser exceção", disse Jorge Batista Ferreira, o capitão da equipa net.

"Na segunda volta fizemos o segundo melhor resultado do dia, na última volta fizemos o melhor resultado do dia, mas como a primeira volta não foi muito boa, ficámos quase empatados com quem está à nossa frente. Para nós é sempre um gosto disputar os primeiros lugares e competir com os nossos amigos", acrescentou.

Com efeito, Portugal ficou a apenas 2 pontos da equipa 3.ª classificada, a Itália (138+133+131).

No 42.º ESGA Team Championship, o torneio mais importante destes Europeus, em gross, já se sabe que Portugal não consegue competir com os melhores, mas manteve o nível de prestação a que já nos habituou.

A seleção da ANSGP de +55 em gross foi composta por Paulo Azevedo (capitão), José António Cunha, Carlos Poucochinho, João Carvalho, Manuel Batista e James Thomson.

Portugal garantiu o 17.º lugar entre 21 nações, com 1012 pancadas, 148 acima do Par, após voltas de 334, 339 e 339. Nas duas últimas edições, Portugal fora 14.º classificado.

"Em gross nunca temos qualquer possibilidade, porque teremos sempre alguma dificuldade frente aos países que consideram o golfe como um desporto nacional e não como um desporto de elite - e o golfe não é um desporto de elite", explicou Paulo Azevedo, o capitão de equipa.

Os resultados corroboram totalmente a tese do capitão português. Itália venceu com 891 pancadas, 27 acima do Par, após voltas de 290, 309 e 283, batendo a Finlândia (294+298+306), a grande favorita, por 7 pancadas.

A Finlândia tinha sido o único país a jogar os dois primeiros dias de prova abaixo das 300 pancadas, mas Itália teve uma das mais espetaculares recuperações na história deste 'Team Championship' para assegurar o título, repetindo o sucesso de 2023 em Portugal.

"Itália tinha feito ontem uma volta de 1 acima do Par e hoje jogou em 5 abaixo do Par, uma notável prestação e recuperação", comentou, no seu discurso, o escocês Billy Mitchell, o novo presidente da ESGA, eleito para três anos de mandato nesta mesma cimeira da ESGA em Espanha.

"Fomos sem expectativas para o último dia, não estávamos à espera de vencer, mas fizemos uma última grande volta", disse Gianluca Bolla, o italiano que substituiu nos discursos o seu capitão, Marcello Grabau.

Gianluca Bolla garantiu a Itália o pleno, de vencer por equipas e também a nível individual, pois foi o melhor jogador da prova, com 220 pancadas, 4 acima do Par do Campo Norte de El Rompido, após voltas de 72, 78 e 70. As suas 2 pancadas abaixo do Par no último dia, foram o melhor resultado do torneio.

O melhor representante de Portugal em gross foi o britânico James Thomson, empatado em 41.º, entre 124 jogadores, com 243 (75+79+89), +17.

Em net individual, o melhor foi o islandês Sveinn Jorundur Mattiasson, com 116 pontos (41+38+37), enquanto o melhor português foi Leonel Seixas, em 13.º, entre 137 jogadores.

Mas como sublinhou o presidente da ANSGP, Pedro Franco Dias, "independentemente da classificação, e obviamente que queremos sempre que seja a melhor possível, há duas coisas que os jogadores levam sempre deste torneio como um ganho: novos amigos, novas amizades e recordações para o resto da vida".

O 42.º ESGA Team Championship & Cup foi um enorme sucesso. Igualou-se o máximo de 23 países que tinha sido alcançado em Portugal em 2023 e Espanha mostrou que passou demasiado tempo - 21 anos, desde Sevilha 2004 - entre organizações deste Europeu.

Talvez por isso, Filiberto Cano Messeguer, o presidente da associação espanhola, tenha declarado que gostaria de ver de novo "Espanha organizar um destes campeonatos da ESGA em 2028 ou 2029".

Por agora, a prova transita para Turim em 2026 e Itália irá defender em casa o título de campeã.