
Portugal é um dos candidatos à vitória num dos torneios da 42.ª edição do ESGA Team Championship & Cup, o Campeonato da Europa de mais de 55 anos, em gross e net, que a Associação Europeia de Seniores de Golfe (ESGA) trouxe em 2025 a Espanha, pela primeira vez em 21 anos.
"Fomos 2.ºs classificados em net nas três últimas edições", sublinhou Pedro Franco Dias, o presidente da Associação Nacional de Seniores de Golfe de Portugal (ANSGP).
Há um ano, na Islândia, Portugal foi 2.º classificado em net (a Cup), num torneio com 20 nações, ganho, uma vez mais, pelo Reino Unido. Em gross (o Championship), Portugal terminou no 15.º lugar, entre 18 países, com o título a ir também para os britânicos.
Em 2023, em Royal Óbidos, Portugal revalidou o estatuto de vice-campeão em net, atrás da Finlândia. Em 2022, em França, o 2.º lugar de Portugal só foi superado pela Espanha.
"Na equipa de handicaps, já é uma tradição a Espanha estar sempre entre os primeiros, tal como, aliás, Portugal", salientou Filiberto Cano Messeguer, o presidente da Associación de España de Seniors de Golf, a entidade organizadora deste ano.
Em gross, pelo contrário, as exibições da seleção nacional da APSGP têm sido mais modestas, porque a concorrência é muito superior de países com fortes tradições na modalidade. Portugal foi 14.º posicionado, entre 21 países, em 2022 e de novo 14.º, mas entre 23 nações em 2023.
Nessa prova principal - neste Europeu, o gross prevalece - o Reino Unido venceu em 2022 em França e Itália triunfou em 2023 em Portugal.
Em 2025 o palco escolhido pela AES Golf é o El Rompido Golf Resort, na Andaluzia, com o campo norte a acolher a competição gross (Championship) e o campo sul a receber o torneo net (Cup).
"Os dois campos são muito distintos", disse o presidente da associação espanhola. "Vamos jogar no Campo Norte para o Championship, um campo que creio que é mais nobre e que pode complicar-se. O Campo Sul, para a Cup, é mais estreito, onde é muito importante poder colocar a bola e seguir vivo para a segunda pancada. São dois desafios".
Jorge Batista Ferreira volta a ser o capitão de Portugal na Cup e explicou que fez-se a melhor preparação possível: "São campos difíceis, a maior parte dos jogadores nuncam tinham jogado aqui, mas já fizemos as nossas voltas de treino e estamos prontos para começarmos esta aventura".
A qualidade das equipas é um reflexo de toda a preparação para o evento e o capitão nacional acompanhou bem de perto todo o processo, pois é igualmente membro da Direção da ANSGP.
"A associação fez o apuramento através das ordens de mérito regionais e da ordem de mérito nacional. Jogadores de todo o país que sejam associados podem participar neste apuramento. Este ano as regras ainda mantiveram a qualificação por regiões para o apuramento nacional. Depois, houve uma fase final com dois dias de competição, nos mesmos moldes deste Europeu, e daí foram apurados cinco elementos para cada uma das equipas. A Direção teve mais um wild card e, por isso, temos aqui equipas de seis elementos que para disputarmos este Europeu de 23 países", concluiu Jorge Batista Ferreira.
O detalhe dos 23 países é importante. Em 2023, em Óbidos, foi a primeira vez que a ESGA conseguiu reunir todos os seus 23 membros neste Team Championship & Cup. No ano passado, na Islândia, foram 20. Este ano, em Espanha, igualou-se o recorde de 23 países, que tinha sido fixado há dois anos.
São mais de 300 jogadores. Com acompanhantes, são bem mais de 400 pessoas nos arredores de Huelva. Essa mega-organização ditou muito a escolha do local.
"Há dois anos, quando tomámos a decisão de virmos aqui jogar, estávamos num período de seca e ficámos um pouco preocupados, mas tivemos a sorte de que, no ano passado, já houve muita chuva e pudémos apresentar os dois campos em muito bom estado", explicou Filiberto Cano Messeguer.
"O mais importante na decisão de virmos a El Rompido foi haver dois campos juntos a um hotel a uma distância a pé. Tendo em conta de que estamos a falar de um grupo de quase 500 pessoas, a logística é muito importante. Não termos de fazer transferes de uns campos para os outros, podermos ter todos os jantares num local. reunimos aqui um magnífico hotel, com dois campos e tudo a pé. E no Sul de Espanha tínhamos a garantia de bom tempo", frisou o presidente da associação espanhola.
O sucesso vivido em 2023, na primeira experiência com todos os países membros presentes, levou a AES Golf a contactar a organização portuguesa para solicitar apoio especializado e é por isso que a equipa organizativa do Golftattoo está em peso em El Rompido.
"Este torneio é-nos muito familiar. A primeira vez que este torneio foi organizado em Portugal foi em 2014. Depois, voltou a ser jogado em 2018 e novamente em 2023 no Royal Óbidos. Em todas essas edições eu estive presente na organização", explicou Pedro Castelo Branco.
O diretor geral do Golftattoo reforçou que "há pessoas que estão ligadas à ESGA, que lembram-se de nós, desde esse primeiro ano de 2014. Sabem da ligação do Golftattoo a este torneio. Depois, reviram-nos na Aroeira em 2018, voltaram a estar connosco em 2023 e já somos conhecidos não só pelos jogadores, mas pela própria associação europeia. Isso cria um ambiente muioto simpático".
"Em 2023, em Royal Óbidos, a associação espanhola percebeu que tínhamos alguma experiência, eficiência e facilidade em tomarmos conta de um evento destes, com uma logística muito exigente. Fizeram questão de convidar-nos a estarmos presentes esta semana com eles, a apoiá-los na organização. Embora tenham uma estrutura profissional com alguma experiência, não quiseram arriscar, porque perceberam que o Golftattoo está, há muitos anos, ligado aos principais campeonatos da ESGA", acrescentou o também diretor de golfe de Royal Óbidos, o campo do Open de Portugal do HotelPlanner Tour.
Para mais, embora Espanha seja sempre um dos países de ponta do golfe europeu, há muitos anos que não organizava esta prova.
"Se me recordo bem, a última vez que albergámos um Europeu foi em 2004, em Sevilha, também no Sul de Espanha. Estávamos a precisar de dar este passo em frente e respondemos positivamente quando a ESGA perguntou-nos se poderíamos organizá-lo", comentou o presidente espanhol, que também fez questão de agradecer à sua equipa organizativa.
"Tem sido um trabalho duro e os funcionários do escritório de Madrid têm trabalhado com muito compromisso nestes dois últimos anos, mas agora é muito satisfatório, vermos as pessoas a desfrutarem deste sítio incomparável", elogiou Filiberto Cano Meseguer.
O presidente da ESGA, o holandês Bart Constandce, no seu discurso de abertura do Europeu, fez referência aos elementos portugueses da organização e elogiou bastante a dinâmica da AES Golf, o que não é de admirar, uma vez que, segundo Filiberto Cano Messeguer "somos uma das associações mais importantes da Europa, com cinco mil membros masculinos e quase dois mil femininos - duas associações distintas, mas irmãs".
As equipas de Portugal para o 42.º ESGA Team Championship & Cup, em El Rompido, são as seguintes:
Championship (gross) - Paulo Azevedo (capitão), José António Cunha, Carlos Poucochinho, João Carvalho, Manuel Batista e James Thomson.
Cup (net) - Jorge Batista Ferreira (capitão), Gilberto Kaneko, João de Deus Jacinto da Silva, Leonel Seixas, Paulo Paiva Lopes, Steven Marsh.
O 42.º ESGA Team Championship & Cup termina na sexta-feira, após três voltas de competição, com um jantar de gala de encerramento e de entrega de prémios.