
Portugal já não vai sair de Espanha de mãos a abanar. Enquanto as seleções de +55 anos competiam nos primeiros dias do 42.º ESGA Championship & Cup, o Europeu de Seniores em gross e net, os presidentes das associações europeias de seniores tiveram o seu próprio torneio.
Com os dois campos do El Rompido Resort, na Andaluzia, completamente cheios, a Taça dos Presidentes e os torneios feminino e masculino para convidados realizaram-se no Isla Canela Links, onde Ana Loureiro foi a melhor das 30 participantes. Enquanto isso, o seu marido e presidente da Associação Nacional de Seniores de Golfe de Portugal (ANSGP), Pedro Franco Dias, assegurou o 3.º lugar na Taça dos Presidentes, que contou com 14 participantes.
"Ficou contente, porque fez 36 pontos, ganhou e logo na primeira vez, porque nem ela nem eu tínhamos jogado antes estes torneios. Deram-lhe uma salva enorme para guardar lá em casa. É um torneio por convites, não tem a importância dos Europeus, mas Portugal começou bem, com uma vitória", disse Pedro Franco Dias.
Ana Loureiro, com handicap de 28,1, somou 36 pontos e bateu por 2 a eslovaca Viera Feckova. Em 3.º ficaram três jogadoras com 33 pontos: outra eslovaca, Alzbeta Fulopova, que recebeu o 3.º prémio, e ainda a polaca Marzena Szpilman e a checa Jana Skorcova.
Pedro Franco Dias somou 31 pontos, tantos quantos os do espanhol Javier Hazas Guerra, mas o sistema de desempate atribuiu-lhe o 3.º lugar. À sua frente ficaram o húngaro Bela Horvath com 32 pontos e o esloveno Eggert Eggertsson com 33.
"Jogámos num campo que eu não conhecia, o Isla Canela Links (Ayamonte), mesmo junto ao Guadiana, do outro lado do rio da Quinta do Vale (em Castro Marim). É um campo muito interessante, muito exposto ao vento e hoje estava vento. Não foi fácil, tem muita água em jogo, o que com vento fica mais complicado, mas foi muito divertido", comentou Pedro Franco Dias.
"Eu nunca conto a classificação net, tenho um handicap relativamente baixo, joguei com 5 e fiz 10 pancadas. Se jogas para 5 e fazes 10 não estás contente. mas o campo estava difícil e os handicaps dos outros jogadores são substancialmente mais altos. Não tenho a certeza, mas creio que ganharia uma classificação gross. O que ficou mais perto de mim foi o presidente islandês, que ganhou a classificação net. Jogámos juntos, ele fez 1 pancada gross a mais do que eu, mas eu jogava com 5 e ele com 9", elucidou.
Os bons resultados da delegação portuguesa têm um efeito colateral positivo, como explicou o presidente português: "É dar-nos a conhecer. Fomos chamados ao pódio para recebermos os troféus e todas as pessoas que estavam no almoço passaram a saber os nossos nomes e quem somos. Isso é importante nas relações políticas que depois se desenvolvem".
O golfe, sabe-se, é palco de muitos negócios e, neste caso, apresenta-se com um ambiente propício ao relacionamento de política desportiva entre os vários presidentes das associações dos 23 países europeus presentes.
"O 'board' da ESGA (Associação Europeia de Seniores de Golfe) veio para aqui trabalhar e aproveita para ter um dia de competição e convívio para as pessoas conhecerem-se melhor", disse Pedro Franco Dias.
"Isto é uma organização europeia, as pessoas não se conhecem muito bem. Por exemplo, eu estive a jogar, mas em mais de metade dos buracos estive a falar sobre o que vai discutir-se na Assembleia Geral, quais os planos de futuro para a ESGA, quais os planos de relações bilaterais entre países. Estamos a jogar e a conviver de uma maneira importante para o bom funcionamento da ESGA", explicou.
Em 2025 a Assembleia Geral da ESGA, que tem hoje lugar em El Rompido, será ainda mais importante porque terá um cariz eleitoral: "O presidente que lidera há 12 anos, ou se calhar até há 16 anos, anunciou a sua saída. Vai ser eleito um novo presidente, que já se sabe quem é, o inglês Billy Mitchell. Mas como o Bart Constandse (holandês) - que é uma figura icónica - vai sair, há muita coisa para discutir. Está-se a tentar aproveitar essa alteração para fazer-se uma evolução na estrutura da ESGA".
"Eu, por exemplo, aproveitei - é uma coisa antiga minha - para levantar a questão de a ESGA ter como limites de idade 55, 65 e 75 anos, enquanto no golfe profissional e mesmo no golfe amador em todo o Mundo serem 50 anos, 60 e 70. Ainda não vamos discutir nada disso na AG, mas, enquanto jogava, já consegui que ficasse em agenda para a próxima reunião, em dezembro, também aqui em Espanha.
"É para este tipo de coisas que esta Taça dos Presidentes serve. Estamos mais perto uns dos outros, conversamos mais e, entre o jogo e o almoço, informalmente, vamos preparando as coisas para as próximas AG's. Depois, serão assuntos tratados mais a sério, mas estas conversas informais criam empatia entre as pessoas e isso depois permite que se avance mais", concluiu.