A 6.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano recomeçou após a pausa para almoço esta terça-feira com o depoimento de uma hospedeira que esteve de serviço na noite da Assembleia Geral de 13 de novembro de 2023. A testemunha, ao contrário das que falaram de manhã, não teve problemas em prestar declarações na presença dos arguidos e, na hora de falar, recordou uma noite de terror. 

"O ambiente era tenso, pesado, com agressões. Não senti propriamente medo, mas também não senti que estava tudo bem", referiu, acrescentando que presenciou episódios bastante violentos: "Vi o Fernando e a Sandra a entrar na Arena, mas o Fernando ficou de pé. Os cânticos já não se ouvia tanto, ouviu-se ameaças. Recordo-me de ouvir insultos. Foi um ambiente tóxico. Recordo-me das agressões, mas foi mais para o final da AG. Quem foi agredido? Não conheço as pessoas, recordo-me que vi um pontapé na cara a uma senhora que depois rolou pelas escadas. Foi na bancada norte, mais para o final da AG. Recordo-me de um médico no local e foram assistidas algumas pessoas. Não sei quem ao certo, nem se essa pessoa foi assistida."

Sobre Fernando Madureira, a hospedeira iliba-o das agressões, mas viu comportamentos agressivos. "Ele dizia para baixarem os braços, para se calarem, senão fazia ameaças. Não me recordo das palavras exatas", referiu, abordando também a confusão com Henrique Ramos: "Ele inicialmente estava a apoiar, depois foi contra alguns tópicos. Depois levantou a camisola e revelou uma tatuagem alusiva ao Pinto da Costa, e todos aplaudiram. Estava apenas contra alguns pontos. Recuou até à bancada e aí foi mais tenso. Vi Fernando Madureira e mais dois elementos a descer e ameaçaram o Henrique Ramos. Se o Madureira estava a ter uma atitude intimidatória? Sim, era uma atitude intimidatória mas não vi qualquer agressão. Ao Madureira vi-o a falar de um varandim para o Henrique Ramos."