

Três jornadas já estão, outras tantas restam. Estamos cada vez mais próximos de definir os vencedores de cada grupo da fase final. Mais importante que isso, em breve saberemos quem fica nesta divisão, quem desce e quem viajará pelos palcos europeus em 2025/26.
Como tal, passarei a detalhar uma análise dos aspetos que saltaram à vista nos primeiros embates da fase de todas as decisões, com destaque para os momentos mais relevantes e cenários possíveis. Esta exposição dividir-se-á pelos três grupos de quatro equipas que, por esta altura, constituem o campeonato nacional.
Grupo A – Sporting para o bicampeonato?
Tudo indica que sim. Se o triunfo no dérbi da Segunda Circular (34-30) abriu caminho para isso, a importante vitória no Dragão Arena (32-35) permitiu ao Sporting isolar-se na liderança da competição. A diferença de três golos num clássico não é um feito habitual: nos últimos quinze confrontos, apenas dois haviam terminado com uma diferença superior a dois tentos. Este último foi o terceiro. Para isso, valeram os oitos remates certeiros de Martim Costa, líder na lista de marcadores dos leões, tal como nos tem habituado neste frente a frente com o FC Porto.
Agora, o Sporting soma 41 pontos, mais dois que os dragões. Na terceira posição está o SL Benfica, com 32 pontos e um jogo por realizar contra o Marítimo Madeira Andebol SAD. Será a oportunidade para uma destas equipas saborear a vitória pela primeira vez nesta fase final. Não há, contudo, espaço para grandes surpresas neste confronto. As águias assumem-se como favoritas, tendo já demonstrado capacidade para bater tanto Sporting CP, na liga, como FC Porto, na Supertaça.
Ainda assim, a distância pontual que se verifica, de momento, entre as águias e os outros “grandes” dificulta uma eventual ascensão do conjunto vermelho nos lugares do pódio.
Grupo B – decidir-se-á no Flávio Sá Leite
Para já, duas mãos agarram afincadamente o bilhete para as competições europeias: a bracarense e a maiata. ABC Braga e AA Águas Santas estão igualados a 31 pontos, paradigma distinto da vantagem academista que se verificava no arranque da fase final. A margem de manobra dos orientados por Filipe Magalhães reduziu-se aquando da derrota na Maia, por 32-29, diante de uma AA Águas Santas que ainda não sabe o que é perder.
Atrás destes conjuntos está o Vitória SC, com menos cinco pontos, mas com provas dadas de estar no patamar dos detentores das posições superiores. Começou esta fase por derrotar o CF Os Belenenses, por 35-32, tendo, desde então, caído duas vezes pela margem mínima- Primeiro na receção à AA Águas Santas (22-23), seguindo-se a deslocação a Braga (29-28). As contas não favorecem os conquistadores, mas o salto no desempenho desde a época passado (ano de estreia na Primeira Divisão) traz motivos para os adeptos vitorianos acreditarem no projeto de andebol.
No último posto e fora das contas para o primeiro posto está o CF Os Belenenses. Foram incapazes de escapar de três derrotas nos embates da fase de todas as decisões, mas não deixaram de dar dores de cabeça aos treinadores adversários: ao intervalo, venciam o ABC Braga por 19-16 e a AA Águas Santas por 14-15. Há, por isso, motivos para celebrar as prestações recentes. Se não for suficiente, valerá a já garantida manutenção no principal escalão de andebol nacional.
O equilíbrio verificado em todos os embates deste grupo B fazem-nos prever que nos aguarda mais do mesmo na segunda metade da fase final. Tudo poderá mudar a qualquer momento, mas, tendo em conta o empate entre o primeiro e o segundo posto, certamente que o jogo de 3 de maio, entre ABC Braga e AA Águas Santas, estará sublinhado no calendário dos adeptos de andebol.
Grupo C – tudo em aberto
A luta pela manutenção ganhou moldes na primeira jornada da fase final: à mesma hora, Póvoa AC e AA Avanca venciam os seus jogos e destacavam-se nos dois lugares em que todos querem estar; do outro lado da moeda, os recém-promovidos, Nazaré Dom Fuas e SC Horta, dificultavam as suas vidas no sonho de ficar mais um ano lá em cima. Repare-se que, à semelhança dos outros grupos, nenhum dos resultados denotou uma disparidade acentuada no marcador, sendo a maior diferença de três tentos (AA Avanca 31-28 SC Horta).
Com o Póvoa AC em vantagem na classificação, a AA Avanca aproveitou o segundo jogo desta fase para bater o pé. O conjunto de Estarreja levou a melhor na Póvoa de Varzim, por 27-30. A cereja no topo do bolo surgiu com o terceiro triunfo seguido, desta vez perante o Nazaré Dom Fuas, numa excelente prestação defensiva (26-21).
Aproveitando o jogo em atraso dos poveiros, a AA Avanca assume-se como líder na tabela do grupo A, precisando praticamente de apenas uma vitória para assegurar a permanência.
Estarão bem encaminhados para conseguir isso mesmo, agora com uma motivação extra de terem conquistado um lugar nas meias-finais da Taça de Portugal.
Quanto aos “acabados de chegar” à Primeira Divisão, a única equipa que, para já, celebrou uma vitória foi o Nazaré Dom Fuas, precisamente diante do SC Horta (28-25). Os açorianos possuem uma partida em atraso, frente ao Póvoa AC, que poderá reabrir as contas na luta contra a descida de escalão. Em caso de triunfo insular, ambas as formações recém-promovidas somarão 19 pontos, menos três que os poveiros, margem curta que abre caminho para vários cenários passíveis de serem verificados no final da competição.
Por outro lado, se a equipa da Póvoa de Varzim sorrir, retomará o primeiro lugar e terá a manutenção nas mãos.