O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer também a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.

Atualmente sem clube, Fábio Martins conta com passagens por Bulgária, Chipre, Grécia e Andorra no estrangeiro. A primeira experiência do médio-ofensivo fora de portas foi ao serviço do Cherno More e, mesmo que só tenha estado em território búlgaro durante três meses, este período foi suficiente para trazer algumas histórias marcantes.

«Da Bulgária lembro-me de uma vez estar a entrar no estádio, que tinha fracas condições para treinarmos, e de estarem três Mercedes da máfia estacionados à porta. Um homem careca saiu de um dos carros e tinha uma arma nas costas, presa à cintura. Só pensei 'Onde é que vim parar?'. Ele chegou ao balneário e deu para aí 400 euros a cada um só porque termos chegado à fase que dava para lutarmos pela ida à Liga Europa. Ele disse-nos "Amanhã vamos jogar e vamos para cima deles", sendo que íamos jogar contra o Levski. O que senti de medo naquela situação não está escrito porque era a primeira vez que me deparava com uma situação destas, achava que isto das armas só acontecia nos filmes. Resultado? Perdemos 4-0 ou 4-1 [risos]», começou por recordar.

De resto, Fábio Martins deu ainda ênfase às dificuldades que sentiu no país:

«O meu hotel era a sete/oito minutos a pé do campo, então eu estava sempre a caminhar. Na altura eu não falava inglês e, para além disso, cheguei quase no final da época e o o grupo já estava super fechado. Não tive muito aquela parte de socialização com o restante plantel por causa disso. O que eu fazia praticamente todos os dias era caminhar pela cidade, é algo que gosto muito. A cidade [Varna] era a mais turística da Bulgária e havia ainda a particularidade de ser o país mais barato da Europa. Comia esparguete à bolonhesa por três euros, uma pizza por dois euros...»

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