5 Diogo Costa — Ainda bem que não estava aquele vento tão típico do Vale da Amoreira, caso contrário Diogo Costa ou morria enregelado ou teria de ter passado os 90 minutos a exercitar-se. À exceção de um outro cruzamento blocado com facilidade, só foi chamado a intervir no penálti contra o FC Porto (indefensável como qualquer penálti bem marcado) e em solicitações dos próprios companheiros. Sempre regular, apenas teve de mandar um charuto para fora na primeira parte.

5 Nehuen Pérez — Controlou com competência o pouco que teve para controlar. Aos 63 minutos quase marcou, na sequência de uma boa jogada de Fábio Vieira. Pareceu desgastado, com cãimbra aos 72 minutos, e viu amarelo aos 75 por uma falta sobre Fabrício.

7 Eustáquio — A jogar à Beckenbauer (na posição, calma!), foi incumbido de iniciar boa parte das fases de construção do FC Porto, subiu na maior parte do tempo para o meio-campo mas apareceu na área sempre que o novo estatuto formal de membro de uma linha de três defesas o exigiu. Errou um passe na segunda parte, de resto não se lhe notaram falhas. Está em pleno processo de afirmação.

6 Marcano — Cometeu, com imprudência, o penálti que deu a vantagem ao Estoril logo aos 12 minutos, mas torna-se mesmo muito difícil não ser imprudente nestes tempos do VAR, ainda por cima depois de a bola resvalar na própria coxa. Teve um pouco mais de trabalho para despachar que Nehuen e fê-lo sempre com a autoridade dos 37 anos, notando-se cada vez menos que foi obrigado a uma paragem bem mais longa do que qualquer profissional de futebol merece.

5 João Mário — Cumpriu, esteve até bastante em jogo, mas faltou-lhe alguma da centelha atacante que tantas vezes já demonstrou. E a equipa estava a precisar dela, sobretudo na primeira parte. Sabe ser mais acutilante e objetivo.

6 Fábio Vieira — Mais uma boa exibição portista na Amoreira. Foi sempre dos mais mexidos do meio-campo, tentou o remate, procurou alternativas e foi bastante fustigado por faltas, nomeadamente no primeiro tempo. Tem um belo remate aos 24 minutos e aos 63 ofereceu a Pérez, de bandeja, o que então seria o 2-1. Pareceu decair fisicamente com o andar da segunda parte.

6 Alan Varela — É uma formiga incansável, autêntico operário que entrega trabalho invisível aos olhos mais mediatizados e aos holofotes da fama. A quantidade de bolas que recupera e a forma como a maior parte delas segue direitinha para companheiros em transição defesa-ataque é muito relevante. Ficou tudo mais à vista aos 65 minutos, quando aproveitou o mau passe de João Carvalho e soltou Rodrigo Mora para a jogada do golo que decidiu a partida.

6 Francisco Moura — Cresce de jogo para jogo, entrando na reta final da época a justificar plenamente a aposta do FC Porto na aquisição dos seus direitos desportivos ao Famalicão. A tabela com Mora no segundo golo azul e branco coroou um bom final de tarde passado por Francisco no Estoril.

7 Samu — Cansou de ver. Da frente para trás para receber bolas e criar espaços para os companheiros, de trás para a frente para criar ele próprio os problemas à defesa canarinha, Samu não parou. O golo que marcou, de penálti, fez jus a tudo o que trabalhou durante os 90 minutos.

6 Pepê — É um desequilibrador, jogue na esquerda, no meio ou na direita. Teve momentos a roçar o sublime (aquele passe aos 10 minutos para um golo anulado a Samu...!). Mas é de intermitências — ora brilha de forma refulgente, ora se apaga misteriosamente, tudo isto numa hora e um quarto.

5 Gonçalo Borges — Ajudou a equipa a manter-se largos minutos na frente de ataque durante o período em que o Estoril queria procurar o empate.

5 André Franco — A segunda formiga da tarde, segurando o meio-campo nos tais 15 minutos finais que poderiam ter sido de maior pressão estorilista.

- Martim Fernandes — Competente na fase final do jogo.

- Deniz Gul — Esteve lá na frente, na reta final, a terminar o trabalho de desgaste já garantido por Samu.

6 Zé Pedro — Perguntar-se-á o leitor: como é que um indivíduo que entrou aos 90 minutos tem uma nota positiva e alguns dos outros que entraram antes nem direito a nota têm? Fácil de explicar. Dois minutos depois de estar em campo, o Estoril bateu um canto e Marqués estava com tudo para fazer o empate — só que surgiu Zé Pedro com um corte providencial de cabeça. Às vezes, menos é mais. Aqui foi certamente e valeu dois pontos.