Marc Márquez comenta crise de confiança de Bagnaia: “Ele tem de voltar a acreditar em si próprio!”

Num enredo emocionante, Marc Márquez encontra-se no auge da carreira, a dominar o cenário do MotoGP com a sua poderosa Ducati, enquanto o rival Francesco “Pecco” Bagnaia enfrenta uma quebra séria de forma. Enquanto Bagnaia luta por recuperar terreno, Márquez oferece uma perspetiva franca sobre as pressões intensas das corridas de topo e o papel crucial da autoconfiança — muitas vezes o fator que distingue um campeão de um derrotado.

Márquez, que tem superado consistentemente os seus colegas de equipa, reflete sobre a atual situação de Bagnaia: “Não posso responder a isso porque, até hoje, derrotei sempre o meu colega de equipa”, admite, reconhecendo a tensão única que surge ao competir contra um piloto com a mesma moto. Essa rivalidade, explica, funciona tanto como fonte de pressão como de motivação: “O teu colega de equipa é sempre um fator extra de pressão, mas ao mesmo tempo também é motivação”, afirma, sublinhando a complexidade mental que os atletas de elite têm de gerir.

Mas será que essa pressão estará a esmagar Bagnaia? Márquez acredita que o bicampeão mundial tem a inteligência e a experiência necessárias para resistir: “Acho que o Pecco é suficientemente inteligente para absorver tudo isto. Ele é bicampeão do mundo, não penso que esse seja o principal problema”, assegura. No MotoGP, a falta de confiança pode traduzir-se em oportunidades desperdiçadas e perdas de milésimos que, somadas, fazem a diferença em pista.

Apesar das últimas prestações de Bagnaia terem levantado sobrancelhas, Márquez mantém-se otimista quanto à recuperação do rival: “Ele foi o mais rápido na sexta-feira, na Áustria”, recorda. “O Pecco é o Pecco, mais cedo ou mais tarde vai voltar.” Ainda assim, o caminho de regresso está longe de ser fácil. “Quando um atleta entra numa espiral negativa, de repente nada funciona e perde-se a confiança”, explica Márquez, traçando paralelos com a sua própria trajetória no ano passado. “Sempre disse que, antes de pensar em resultados, precisava de recuperar a confiança em mim próprio e regenerar-me.”

Mesmo em dificuldades, Bagnaia mantém-se firme no terceiro lugar do campeonato, não muito longe da segunda posição. “No desporto, a última corrida é sempre a que conta, mas também temos de considerar tudo o que ele fez com a Ducati”, ressalva Márquez, reconhecendo o trabalho que levou Bagnaia até aqui.

Sobre a GP25, Márquez mostra curiosidade pela próxima Desmosedici 2024, demonstrando o espírito competitivo que alimenta cada piloto: “Já respondi a essa pergunta. Se um piloto oficial quiser a GP24, pode tê-la, pelo que percebi dos meus técnicos”, comenta com confiança.

Em relação ao novo desafio em Balaton Park, Márquez admite: “Não nego que a minha rapidez em aprender novas pistas é uma das minhas forças.” Mas reconhece que a concorrência não demora a equilibrar: “Chego ao limite mais rápido, e depois os outros apanham-me.” Tendo testado a Panigale no circuito há apenas três semanas, sente-se preparado, mas alerta para o nível elevado de todos os rivais.

“Acho Balaton parecido ao Red Bull Ring”, observa, referindo-se ao caráter Stop & Go do traçado. As alterações feitas para melhorar a segurança, ainda que necessárias, criaram um circuito que considera algo artificial. “Num calendário com 22 GPs precisamos de todos os tipos de pistas, desde que sejam seguras — e esta parece ser”, garante.

Depois de duas quedas durante os testes com a Panigale, Márquez mostra-se consciente dos riscos de andar sempre no limite: “Vocês conhecem-me… mas se me vissem a treinar, conhecer-me-iam ainda melhor!”, brinca. “Para chegar ao limite é preciso cair; o problema é que caí duas vezes na mesma curva!”

Questionado sobre o nível atual comparado com o ano dourado de 2019, Márquez apresenta uma visão equilibrada: “São situações diferentes. Em 2019 tinha os meus pontos fortes, agora tenho outros. Além disso, estou na melhor moto da grelha.” E acrescenta: “O que tenho mais agora? Experiência. O que tenho menos? Explosividade.”

À medida que a temporada avança, todos os olhos permanecem fixos em Marc Márquez e Francesco Bagnaia — dois gigantes do desporto a caminhar na linha ténue entre a glória e o declínio. Conseguirá Bagnaia recuperar a confiança e erguer-se ao desafio, ou continuará Márquez o seu reinado de domínio? O mundo do MotoGP prende a respiração enquanto o drama se desenrola em pista.