Marco Silva é um dos ilustres convidados que esta segunda-feira marcam presença na gala 'O Gaiense'. Antes do arranque da cerimónia, o treinador do Fulham falou aos jornalistas, num espaço onde abordou, entre outros assuntos, a prestação dos técnicos portugueses na Premier League - Nuno Espírito Santo, Ruben Amorim e Vítor Pereira - e um possível regresso a Portugal, cenário que deixou em aberto.
Época do Fulham
"Deve-se à qualidade dos jogadores. Por muito bem que possam fazer o nosso trabalho, se não tivermos qualidade à nossa volta é muito complicado. Quantos mais anos estamos num clube, com alguma estabilidade, é normal que o processo esteja adquirido. Mesmo com algumas mudanças que têm acontecido, porque somos um clube que tem que vender, temos conseguido reconstruir a equipa e apresentar uma dinâmica e uma identidade que é muito clara para toda a gente."
Expectativas
"Desde o início da época que tínhamos dito que queríamos ficar na metade de cima da tabela. A competitividade é enorme, muita qualidade e é muito difícil ganhar jogos naquele nível. Queremos ficar na 1ª metade da tabela e se podermos lutar por algo mais vamos fazê-lo. Estamos nos quartos de final da Taça, que é muito importante para nós e será o próximo jogo após a paragem."
Algo mais é a Liga dos Campeões?
"Temos de ser realistas. Percebemos que há alguns clubes de dimensão que este ano não estão ao nível a que habitualmente estão, o que abre algumas janelas de oportunidade para outros clubes. Há clubes a fazer grandes temporadas também, como o Nottingham. Temos de fazer o nosso trabalho, que é ganhar jogos e tentar ganhar o máximo até ao final da época."
Treinadores portugueses na Premier League
"São cenários diferentes. O Nuno [Espírito Santo] já está há muito tempo no futebol inglês. Chegou no ano passado, quando o Nottingham não estava a passar uma boa fase e conseguiu o primeiro objetivo. Este ano está a fazer uma época brilhante, com uma equipa muito competitiva. O Vítor Pereira conseguiu ter impacto mal chegou e o Rúben Amorim está num clube de uma dimensão diferente e está a começar a ver-se alguma coisa do processo que ele quer e será jogo a jogo. Quem está lá sabe que é uma competição muito diferente, cada desafio requer uma preparação muito grande e todos fazer o melhor que podem para orgulharem e representarem o futebol português."
Baixa de rendimento de alguns colossos
"É difícil encontrar uma explicação. Houve uma alteração no modelo competitivo das provas europeias, que fez com que o número de jogos aumentasse um pouco e essa é a única diferença. Normalmente, após o louco mês de dezembro há uma pausa em janeiro, mas este ano não existiu. Depois, não há algo que se possa apontar em concreto. Essas equipas não estão ao nível a que costumam estar e há uma competitividade muito grande em Inglaterra. Todas as equipas, além de bem orientadas, têm muita qualidade e podem vencer qualquer jogo. Quem não está ao mais alto nível depois não consegue ter os resultados que quer."
Luta pelo título em Portugal
"É impossível apostar num campeão. Neste momento, há duas equipas que estão a lutar e vão lutar até ao final do campeonato."
Houve abordagens quando Ruben Amorim saiu do Sporting?
"Nem é conversa para o momento."
Presença na gala:
"É um orgulho estar aqui. Já fui convidado algumas vezes, mas quando estamos fora nem sempre é possível estarmos. É um voltar às raízes, ao futebol regional e distrital. Há muitas caras conhecidas aqui, mas a base de tudo é o futebol regional, é aí que os jogadores começam também. É um orgulho estar aqui junto de pessoas que conheço e já não vejo há muito tempo."
Possível regresso a Portugal
"Tenho saudades de Portugal, do tempo - hoje está a chover demasiado. É um orgulho estar em Portugal, é onde está a minha família, eu amo o meu país. Há dez anos atrás tomei a decisão de ir para o estrangeiro. Felizmente, estou há muitos anos num local onde quero muito estar e que trabalhei muito para estar, mas é impossível saber o que vai acontecer no futuro. Feliz por estar na liga mais competitiva do mundo."