Depois do empate (1-1) no Estoril, o E. Amadora recebe o Benfica, este sábado, às 20h30, e José Faria não espera poupanças ou facilidades por parte dos encarnados, face à proximidade do encontro com o Fenerbahçe, a contar para a Champions. Bruno Lage, que falou pouco antes, foi desafiado a revelar se já pensava no embate com a equipa de José Mourinho e a resposta foi pronta: o único José em que pensava no imediato, era Faria.

O técnico dos tricolores comentou as declarações do homólogo da Luz. "Acredito que o foco vai estar muito neste jogo, pelo menos no campeonato do Benfica. Não jogaram na primeira jornada e acredito que vão querer entrar bem no campeonato, com um bom resultado. E sendo um míster ágil, parece-me que vão colocar a carne toda na assador, não parece que haja algum tipo de poupança. Até porque estão numa fase de consolidar processos, estão numa fase de integração de alguns jogadores novos na equipa. Criar dinâmicas e vitórias é muito importante. Por isso é um privilégio estar a ser associado no meio de dois treinadores deste patamar, dois exemplos. Agora espero que sim, espero que amanhã possamos surpreender e que no dia seguinte se fale do José Faria", sustentou. 

Perspetivando o duelo com as águias, o treinador de 39 anos manifestou total confiança na sua equipa: "Sim, acredito muito nisso, na nossa capacidade de adaptar em função da equipe que temos. E para jogar contra um clube gigantesco como o Benfica, um dos grandes mundiais, temos que ter um Estrela muito forte, a roçar a perfeição. Em relação à parte motivacional, estes jogos são os mais fáceis, porque todos eles querem jogar, toda a gente quer estar neste palco."

O facto de não poder estar no banco, depois de ter sido expulso, também foi comentado. "Obviamente que afeta, porque nós somos intervenientes e cada um tem o seu papel. Foi entendido que joguei a bola para retardar o jogo, não o fiz com essa intenção. Sinceramente, acho que foi uma decisão um pouco precipitada, exagerada. Agora, sabemos que é diferente treinar o Estrela do que treinar o Benfica, de treinar em grandes clubes e certamente se isso tivesse acontecido com um treinador de outro patamar onde existe mais pressão, mais adeptos, certamente aqui e ali as pessoas poderiam reagir de outra maneira", atirou, rematando: "Não vou estar para ajudar no banco, mas vão estar todos os outros que têm mais capacidade para fazer um bom trabalho."

Deafiado a pronunciar-se se esparava um Benfica com ou sem Aktürkoglu, José Faria não desarmou e foi taxativo: "Acho que não vai jogar. Colocando-me um pouquinho do outro lado, se tivesse um jogador que tivesse uma forte possibilidade de sair, iria preocupar-me em trabalhar aqueles com quem posso continuar no futuro, principalmente porque eles têm dado boa resposta. Sabemos que é um jogador com muita capacidade. Sabemos que é um jogador que em certos momentos do jogo, quando a fadiga começa a pesar, tem discernimento para entrar e para acelerar e para criar muitos equilíbrios nas situações de um contra um. Tê-lo de fora para entrar é um privilégio que qualquer treinador gostaria de ter. 

Quanto às muitas movimentações de mercado no Estrela, o técnico também abordou o tema. "Até às últimas horas do último dia nós vamos estar sempre sujeitos a perder os jogadores, e por sua vez que entrem também. O Estrela nunca tem plantel fechado, infelizmente, é a nossa realidade. Em relação aos novos, nós gostaríamos de contar com eles, mas, pelos vistos, os certificados internacionais do Ryan e do Ngom ainda não chegaram, por isso também estão disponíveis para este jogo", revelou.

A rematar, o esclarecimento sobre a situação de Robinho, que saiu ao intervalo do jogo com o Estoril após sofrer uma consussão cerebral: "Nós deixamos a vida dentro de campo, é a nossa vida. Mas nunca iria contra uma recomendação médica, se estamos a falar de vidas humanas, literalmente."