
João Almeida foi segundo classificado na terceira etapa da Volta à Suíça e recuperou seis segundos para os primeiros da geral, com a bonificação correspondente à posição final. O português da UAE Emirates impôs-se, ao sprint, a um grupo de 28 corredores que perseguiu, sem sucesso, o fugitivo e vencedor da etapa, o norte-americano Quentin Simmons, da equipa Lidl-Trek, que resistiu da fuga do dia, composta originalmente por seis corredores.
Após este resultado, João Almeida (UAE Emirates) ascendeu à 17.ª posição da classificação geral, ainda a significativos 3.17 minutos do líder da corrida helvética e camisola amarela, o francês Romain Grégoire (Groupama-FDJ), que concluiu a etapa no primeiro grupo, com 18 segundos de atraso para o vencedor Simmons.
Logo após finalizar a jornada desta terça-feira, entre Aarau e Heiden, na extensão de 195,6 quilómetros, João Almeida referiu-se às boas sensações que lhe permitiram, nos metros finais da etapa, superiorizar-se a muitos dos adversários diretos e recuperar uma pequena parte do atraso acumulado no primeiro dia.
«Sabíamos que o final da etapa era duro e poderia tornar-se algo seletivo, mas não muito. Como vinha a sentir-me bem durante a etapa, decidimos tentar, e não chegou para vencer, mas deu para ser segundo», declarou o corredor de 26 anos, segundo classificado na edição de 2024 da Volta à Suíça, que reconhece continuar a ser difícil atingir o objetivo inicial, de melhorar aquele resultado, conquistando a prestigiada prova.
«Recuperar seis segundos a três minutos de atraso não é muito, mas é qualquer coisa. Continuaremos a dar tudo, estou a ter boas pernas, mas obviamente será bastante complicado apontar ao primeiro lugar», referiu João Almeida, que terá, na próxima etapa, quarta-feira, a primeira oportunidade para avaliar mais efetivamente a possibilidade de visar ainda a camisola amarela.
O percurso entre Heiden e Piuro (Valchiavenna) incluirá, nos 193,2 km totais, uma contagem de montanha de primeira categoria (8,8 km a 7,3% de inclinação média), embora o cume esteja localizado a cerca de 50 quilómetros da meta. Após esta quarta etapa, restarão mais três (5.ª, 7.ª e a 8.ª e última que será uma exigente crono-escalada) em que o português, vencedor das Volta ao País Basco e à Romandia esta temporada, poderá superiorizar-se aos principais oponentes.
Entre estes, o líder da classificação geral, Romain Grégoire, diz que estará de sobreaviso: «Amanhã [quarta-feira] haverá claramente uma mudança de cenário na corrida e de ritmo também. Vamos ver, espero ter um dia complicado. Penso que os principais corredores da geral irão tentar recuperar, e isso é normal... Mesmo que os últimos 40 quilómetros sejam em descida. Terei de ser consistente».
Herói do dia, o vencedor isolado da etapa, Quinten Simmons, contou um segredo após celebrar o triunfo: «O meu sonho era ganhar uma corrida com a camisola de campeão nacional [dos Estados Unidos], e fazê-lo ao terceiro dia é muito ‘cool’. Tive uma má época da última vez que vesti esta camisola. Nem sei se se pode chamar época, uma vez que corri apenas 15 dias e depois fiquei parado devido a lesão. Conseguir vencer aqui, a minha segunda corrida do WorldTour da temporada, é fantástico. Estou a começar a atingir o nível que acho que as pessoas esperam de mim, algo que me tem faltado nos últimos dois anos», revelou o norte-americano, de 24 anos, que já tinha vencido este ano a encurtada 6.ª etapa da Volta à Catalunha, em finais de março.
Entre os demais portugueses em prova, Nelson Oliveira (Movistar) terminou a etapa na 72.ª posição, a sete minutos do vencedor; António Morgado (UAE Emirates) na 78.ª, já a 8.00 m, e Rui Costa (EF Education-EasyPost) na 121.ª, a 15.01.
Na classificação geral, António Morgado desceu cinco posições e é agora 71.º, a 18.06 minutos do líder Romain Grégoire, Nelson Oliveira subiu 18 e é 88.º, a 21.21, e Rui Costa caiu sete para 127.º, a 33.19.