
A Fórmula 1 viaja este fim de semana para a pequena localidade de Mogyoród, nos arredores de Budapeste, para a 14.ª ronda do Campeonato Mundial de 2025, o Grande Prémio da Hungria. O renovado Hungaroring acolhe a ação em pista entre sexta-feira e domingo.
Com uma extensão de 4,381 quilómetros, está entre os seis traçados mais curtos do calendário. O circuito tem 14 curvas e duas zonas de DRS – uma no início da reta da meta e outra, muito mais reduzida, entre as curvas 1 e 2 –, mas apenas uma zona de deteção, antes da entrada para a curva 14. O Grande Prémio terá um total de 70 voltas.
Apertado, sinuoso e muito exigente do ponto de vista técnico, são poucas as oportunidades claras de ultrapassagem no Hungaroring.
O circuito entrou para o calendário do Campeonato do Mundo em 1986 e tornou-se o primeiro Grande Prémio a ser realizado atrás da “Cortina de Ferro”. Pela primeira vez, milhares de fãs oriundos de diversos países do leste da Europa puderam assistir ao vivo a uma corrida de Fórmula 1.
Ao longo dos últimos meses, o Hungaroring foi alvo de obras de modernização, uma intervenção que continuará após o Grande Prémio e que está a ser realizada no âmbito do 40.º aniversário do circuito, que se assinala em 2026.
Em que horários se realiza o GP da Hungria?
Sexta-feira, 1 de agosto
- Treinos Livres 1 (FP1): 12:30–13:30
- Treinos Livres 1 (FP2): 16:00–17:00
Sábado, 2 de agosto
- Treinos Livres 3 (FP3): 11:30–12:30
- Qualificação: 15:00–16:00
Domingo, 3 de agosto
- Corrida: 14:00
(Horário de Portugal Continental)
O ano em que Mansell "deu um bigode” à concorrência
Agosto de 1992. Dia 16. Um dia que Nigel Mansell jamais esquecerá, uma vez que foi nessa tarde de verão que o carismático piloto britânico conquistou, por fim, o tão aguardado título de campeão do mundo de Fórmula 1.
Corria-se a 11.ª ronda da temporada e o piloto da Williams precisava apenas de pontuar para garantir matematicamente o campeonato. Numa temporada dominada de forma quase absoluta pela Williams-Renault, o FW14B assentou que nem uma luva nas mãos de Mansell: na chegada à Hungria, já somava oito vitórias em 10 corridas.
Apesar de não ter vencido a prova (ganha por Ayrton Senna), o segundo lugar bastou. Um título que coroou a perseverança de um piloto que, após várias temporadas de azares e frustração, entrou, com todo o mérito, para a galeria dos campeões.
Tensão entre velhos amigos
A edição de 2010 ficou marcada por um dos momentos mais controversos da fase final da carreira de Michael Schumacher na Fórmula 1. Nas voltas finais do Grande Prémio, o Williams pilotado por Rubens Barrichello – ‘eterno’ segundo piloto da Ferrari, na sombra de “Schumi” ao longo de seis temporadas – aproximava-se rapidamente do Mercedes de Schumacher.
Quando Barrichello, que tinha um jogo novo de pneus macios, tentou ultrapassar Schumacher na reta da meta, o heptacampeão mundial defendeu a posição de forma muito agressiva e quase encostava o FW32 ao muro das boxes. Ainda assim, o piloto brasileiro logrou a ultrapassagem e subiu ao 10.º lugar, posição final na corrida que lhe valeu um ponto.
No rádio, Barrichello exigiu imediatamente a desqualificação de Schumacher por uma manobra que considerou “horrível”. O alemão mostrou-se inicialmente pouco arrependido, mas acabou por pedir desculpa ao antigo colega de equipa 25 dias depois.
O encanto da primeira vez
O Hungaroring tem a peculiaridade de ser o circuito do Mundial com a percentagem mais elevada de pilotos que alcançaram a primeira vitória da carreira na Fórmula 1: seis, no total. Mónaco (nove) e Monza (oito) superam em quantidade, mas, dado que acolheram um maior número de corridas, ficam atrás do Hungaroring em percentagem de triunfos estreantes.
O primeiro foi o britânico Damon Hill, em 1993. Seguiram-se o espanhol Fernando Alonso (2003), o também britânico Jenson Button (2006) e o finlandês Heikki Kovalainen (2008).
O francês Esteban Ocon (2021) e o australiano Oscar Piastri (2024) são os mais recentes membros de um clube de elite - com (para já) três campeões do mundo - que jamais esquecerá o Hungaroring.
Quem venceu no ano passado?
Foi precisamente no Hungaroring que o atual líder do Mundial conquistou a primeira vitória na Fórmula 1. Após sair da segunda posição na grelha, Oscar Piastri ultrapassou Lando Norris à entrada da primeira curva.
Estratégias diferentes no momento das paragens nas boxes recolocaram Norris na liderança do Grande Prémio, mas a McLaren queria que os pilotos voltassem a trocar de posição, para que Piastri retomasse a liderança da prova. Depois de uma exaustiva troca de comunicações via rádio – que a determinado momento passaram a ser unilaterais, dado o silêncio do piloto britânico – Norris deixou Piastri ultrapassá-lo a três voltas do fim. Acabou a corrida no topo do pódio, à frente do colega de equipa e de Lewis Hamilton.
Um domínio em tons papaya na primeira dobradinha da McLaren no Grande Prémio da Hungria desde 1999.
Quem lidera os Campeonatos de Pilotos e Construtores?
Com 13 de 24 provas disputadas na temporada de 2025, Oscar Piastri (McLaren) reforçou, graças ao triunfo em Spa, a liderança do Mundial de Pilotos com 266 pontos, mais 16 do que o colega de equipa Lando Norris.
No Campeonato de Construtores, a McLaren caminha, a passos largos, rumo ao segundo título consecutivo: tem 516 pontos, mais do dobro face à Ferrari (248) e à Mercedes (220).