A temporada de 2025 da Fórmula 1 começou a tremer para a Red Bull. Os antigos campeões mundiais estão a ficar para trás na pista, o novo RB21 não está à altura, Max Verstappen não consegue chegar à frente e a questão de quem conduzirá o segundo carro da equipa volta a estar na ordem do dia, com Yuki Tsunoda a preparar-se para substituir Liam Lawson ao fim de duas corridas, ainda que não confirmado oficialmente.

A isto tudo junta-se um último escândalo, que opõe o principal acionista da empresa à gestão da equipa, representada por Christian Horner, e Helmut Marko, conselheiro e responsável pela academia de pilotos.

Numa reunião de emergência por videoconferência realizada esta terça-feira, os principais acionistas da Red Bull, Chalerm Yoovidhya e Mark Mateschitz, informaram Horner que não estavam satisfeitos com a forma como a equipa dispensou o mexicano Sergio Pérez, nem com a própria decisão de o dispensar, bem como com o desempenho da equipa nos dois primeiros fins de semana de corrida.

A informação surgiu nos meios de comunicação social tailandeses, sendo a fonte apontada como alguém próximo de Yoovidhya, presente na reunião.

Horner pediu desculpas aos proprietários da empresa, defendeu a contratação de Liam Lawson e explicou que este é apenas o início da temporada, com a Red Bull a ter uma hipótese real de alcançar os líderes.

A parte seguinte da conversa centrou-se no futuro dos chefes da equipa. Da Tailândia, foi novamente pedido o despedimento de Marko, o que foi contraposto com um pedido de demissão de Horner, que criou um sério problema de imagem à empresa com o escândalo sexual que rebentou há um ano e que deverá voltar a ganhar força no início do próximo ano, quando todo o caso for a tribunal.

Os proprietários também criticaram os métodos de trabalho de Marko, que continua a pressionar fortemente os companheiros de equipa de Verstappen, o que normalmente produz o resultado oposto ao desejado, tendo a Red Bull se tornado num símbolo de inconsistência na política de escolha do segundo piloto.

Quanto ao destino de Lawson, ainda não há dados conclusivos sobre a decisão da equipa. Segundo duas publicações neerlandesas, De Limburger e De Telegraaf, Lawson será substituído já no Japão por Yuki Tsunoda. Segundo o De Limburger, a Honda pagou 10 milhões de euros para apoiar a campanha de Tsunoda na AlphaTauri, e agora o gigante japonês está disposto a duplicar a quantia para que Yuki corra na Red Bull. Pensa-se que Horner inicialmente rejeitou a oferta da Honda, mas, depois da China, a própria Red Bull terá questionado os japoneses se a sua proposta ainda era válida.

Ao mesmo tempo, fontes fidedignas como David Coulthard afirmam que Lawson terá pelo menos mais uma corrida para mostrar se consegue manter o seu lugar, e essa corrida será no Japão.

Tendo em conta os esforços que a Red Bull fez para assegurar Lawson quando Pérez ainda tinha contrato, a sua dispensa após apenas duas corridas não é lógica e contraria a posição de Horner expressa na conversa com os acionistas. Mas ainda está para se ver em que direção se dará a evolução da Red Bull ao longo da temporada.