George Russell confirmou que a Mercedes está a negociar com Max Verstappen, atual tetracampeão mundial de Fórmula 1, tendo em vista uma possível mudança do neerlandês para a equipa alemã. O piloto britânico, de 26 anos, termina contrato no final da época e admite que as conversas com Verstappen estão a marcar o rumo das decisões em Brackley.

«É normal que haja conversas com pilotos como Verstappen», disse Russell à Sky Sports. «Mas, do meu lado, se estou a ter um desempenho como este, com o que devo me preocupar? Há duas vagas em cada equipa de Fórmula 1.»

À BBC, Russell revelou ainda que tem o apoio do chefe da equipa: «Toto [Wolff] deixou claro para mim que o meu desempenho é tão bom quanto o de qualquer outro. Há apenas um piloto que me pode questionar em termos de desempenho... São palavras dele, não minhas. É por isso que não tenho preocupações com o meu futuro.»

Toto Wolff, diretor da Mercedes, já afirmou que só tomará decisões após a intensa sequência de corridas em junho e julho. No entanto, recusou comprometer-se publicamente com a renovação: «Vamos chegar lá. O George é um júnior da Mercedes desde os 16 anos, tal como o Kimi [Antonelli], por isso não depende de ganhar ou não uma corrida.»

Do lado de Verstappen, reina o silêncio. Questionado na quinta-feira sobre o seu futuro na Red Bull, o holandês limitou-se a dizer: «Acho que não precisamos de falar sobre isso. Não está na minha cabeça. Apenas conduzir bem, tentar melhorar o desempenho e, depois, concentramo-nos no próximo ano.»

Apesar do contrato que assinou com a Red Bull até 2028, o neerlandês poderá acionar cláusulas de saída, motivado por fatores técnicos e políticos. A equipa perdeu recentemente figuras-chave como o designer Adrian Newey (para a Aston Martin), o diretor desportivo Jonathan Wheatley (para a Sauber) e o estratega Will Courtenay (já comprometido com a McLaren para 2026). Além disso, o desenvolvimento do novo motor para 2026 parece deixar a Red Bull atrás da Mercedes.

No plano desportivo, Verstappen está atualmente em terceiro no Mundial, 43 pontos atrás de Oscar Piastri. A Red Bull deixou de ter o carro mais competitivo e o piloto admite que este ano está longe da luta pelo título. A relação difícil entre o pai de Max, Jos Verstappen, e Christian Horner, chefe da Red Bull, é outro fator de tensão interna.

Uma eventual mudança para a Mercedes poderia significar a criação de uma dupla explosiva com Russell, com quem já teve vários atritos. Para já, o britânico divide a garagem com Kimi Antonelli, jovem estreante e também protegido de Toto Wolff.