A Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) assumiu esta sexta-feira «enorme surpresa e grande tristeza» pelo suposto caso de doping de Francisca Laia, desejou a inocência da atleta e reafirmou a intolerância da instituição contra o «flagelo».
«Foi com enorme surpresa e grande tristeza que na FPC tomámos conhecimento deste teste positivo em controlo feito em competição. Surpresa e tristeza porque a nossa modalidade, federação e atletas sempre defendemos os valores da ética e integridade no desporto. Sempre nos orgulhámos, perante casos internacionais na canoagem, de sermos um país limpo em termos de doping», reagiu o presidente do organismo, Ricardo Machado.
Em declarações à Lusa, o dirigente comentava a suspensão, preventiva, da canoísta Francisca Laia, que no fim de agosto, nos mundiais de disciplinas não olímpicas, em Samarcanda, Uzbequistão, foi testada a metabólico de desidroclorometil-testosterona (DHCMT), um esteróide anabólico androgénico que melhora o desempenho físico, situação que, a confirmar-se, a poderá afastar da competição por período superior a um ano.
«A atleta solicitou a contra-análise, efetuou a sua defesa, como previsto. A FPC aguarda serenamente a decisão final. Até lá, continuamos a acreditar na inocência da atleta e fazer votos para que tudo possa ter um desfecho positivo e que não tenha sido efetivamente um caso de doping, como consta na suspensão inicial que nos foi comunicada» pela ITA (Agência Internacional de Testes), disse o responsável.
Ricardo Machado sublinhou o comportamento «exemplar» dos canoístas portugueses ao longo da bem-sucedida história da modalidade no país, garantindo que, a confirmar-se o pior cenário, este é um «caso isolado».
«Ao longo nossos dos 45 anos da canoagem em Portugal não tivemos casos doping, temos um historial exemplar neste âmbito», destacou.
O presidente da federação assegura que a canoagem portuguesa «não se revê no doping e sempre defendeu o desporto limpo», elogiando as seleções que sempre «conquistaram resultados pelo trabalho», algo que, garante, «continuará a nortear» o modo de estar de todos os agentes da modalidade.
«Sempre defendemos um desporto limpo. Estamos sempre disponíveis para, em conjunto com as autoridades antidoping, lutar contra o fenómeno do doping, que é extremamente prejudicial para o desporto, para a verdade desportiva», concluiu.
Em Samarcanda, a canoísta lusa foi medalha de prata em K2 200 juntamente com Teresa Portela e de bronze no K4 500 misto com Teresa, Fernando Pimenta e Messias Baptista: caso se confirme a sanção, a seleção é desapossada destes êxitos.
Francisca Laia foi olímpica no Rio2016, onde foi 17.ª em K1 200: falhou, por pouco, o apuramento para Tóquio-2020 e Paris-2024.