Depois de um empate na jornada inaugural (1-1), o Estrela da Amadora teve um teste de fogo logo na jornada inaugural, recebendo o Benfica, habitual candidato aos títulos no panorama nacional. O emblema tricolor foi a jogo com apenas um médio de raiz a titular e causou alguma incógnita inicial, mas acabou a deixar uma bela imagem.

Vamos por partes. O mercado ainda não fechou, mas o Estrela está, até ver, algo limitado ao nível de médios. Olhando para o plantel, os jogadores naturais para as habituais duas posições do meio campo Paulo Moreira, Robinho, Assane Ndiaye, o reforço Oumar Ngom - acabado de chegar - e os jovens Simão Pedro e Alexandre Sola.

A jornada inaugural «diminuiu» esse leque, com a lesão de Robinho e deu algumas «dores de cabeça» a José Faria, face à exigência do jogo em questão. Apostaria num dos jovens? Ou num reforços com bem menos tempo de trabalho.

A resposta...surpreendeu.

Os extremos viraram trabalhadores

Assim que saíram as equipas iniciais, percebemos que havia alguma surpresa entre as escolhas de José Faria. Cinco avançados no onze inicial, apenas um médio. Alguma tática inovadora ou uma adaptação inesperada? A segunda opção foi a eleita.

Por forma a criar superioridade no miolo, contra Enzo Barrenechea e Richard Ríos, os estrelistas, sem bola, optaram por um 5x3x2, com Jovane Cabral e Abraham Marcus a fecharem o miolo, e João Gastão e Godoy na frente. Tal opção funcionou a nível defensivo e mostrou algumas debilidades criativas encarnadas no corredor central - foram forçados a recorrer bastante aos corredores -, mas não só.

Com bola, o Estrela da Amadora foi atrevido. Intenso na procura da recuperação, rápido na transição e com permutas posicionais constantes, aproveitando a tal presença de cinco avançados no onze inicial, causaram algum perigo, assustando, de resto, junto da baliza de Trubin, como se viu ao longo do jogo.

Mesmo quando se viram em desvantagem, aquando do golo de Pavlidis, aos 60', a mentalidade não mudou. Naturalmente, também limitado posicionalmente no banco de suplentes, o Estrela manteve a mesma aposta e fez entrar...cinco avançados ao longo do jogo, dois deles precisamente para a mesma função até então de Jovane Cabral - que mereceu rasgados elogios do seu treinador nesta nova função - e Abraham Marcus.

Apesar do resultado, a aposta foi claramente positiva e o Benfica passou por um mau bocado na ponta final, que obrigou Bruno Lage a fechar a equipa a sete chaves.

Ir ou não ao mercado, eis a questão

Perante isto, será que o Estrela precisa, ou não, de ir ao mercado? José Faria foi taxativo sobre esse desejo quando questionado na conferência de imprensa pós-jogo, mas também admitiu que não pode, nesta fase, cumprir com todos os seus «desejos.»

«Temos sempre de ajustar em função das saídas. Gostava de ter outro tipo de estabilidade. Quando fazemos um planeamento no início da época, assumimos um caminho e tentamos segui-lo. Agora, sabemos que o Estrela não se pode dar ao luxo de escolher detalhadamente. No início da época, queríamos um ou dois jogadores diferentes. Não foram chegando», afirmou.

É preciso notar que o verão tem sido muito movimentado na Reboleira. Em relação à época passada, apenas se mantêm cerca de 15 jogadores - alguns deles pertencem aos Sub-23 -, tendo entrado 20 novas caras, até ao momento.